A ajuda de emergência começou a chegar em massa nesta segunda-feira (19/4) à isolada zona do terremoto no noroeste da China, onde o número de mortos é de quase dois mil, mas a neve poderá perturbar as operacões de socorro já realizadas em condições difíceis.
Cinco dias depois do tremor de magnitude 6,9 na distante província de Qinghai, o balanço chegava a 1.944 mortos e 216 desaparecidos. O terremoto deixou, por outro lado, 12.315 feridos, dos quais 1.134 em estado grave, anunciou a agência Nova China. O tremor também deixou cerca de 10.000 flagelados.
As condições climáticas devem piorar na região tibetana, com a ameaça de nevascas, mas o salvamento de dois sobreviventes que passaram 123 horas sob os escombros lançou uma luz de esperança aos trabalhos de resgate.
[SAIBAMAIS]Wujin Cuomao, de 68 anos, e a pequena Cairen Baji, de quatro, ambos tibetanos, foram mantidos vivos por parentes, que faziam chegar alimentos e água através das ruínas.
As estradas que levam a Jiegu, cidade situada perto do epicentro do tremor e onde mais de 85% dos prédios desabaram, estavam lotadas de ambulâncias e caminhões levando ajuda humanitária. Jiegu está situada a 4.000 metros de altura e as condições climáticas, com temperaturas glaciais.
A população já traumatizada está tendo de suportar as réplicas do tremor, que se sucedem a rimto intenso: 1.200 desde quarta-feira passada. Centenas de corpos foram incinerados no sábado por monges durante uma cerimônia budista para impedir epidemias.
No domingo, o presidente chinês Hu Jintao pediu às equipes de resgate que continuem procurando sobreviventes, depois de visitar os feridos do terremoto. "Resgatar as pessoas que ainda estão presas continua sendo a principal tarefa. Cada vida é um tesouro", disse Hu na aldeia de Datong, onde visitou sobreviventes.
Antes do chefe de Estado, o primeiro-ministro Wen Jiabao já havia visitado esta região devastada, situada a cerca de 2.500 quilômetros de Pequim.
Os habitantes de Jiegu mencionavam uma possível visita do Dalai Lama, um dia depois das declarações do líder espiritual dos tibetanos em que pedia a Pequim uma autorização para viajar para a sua província natal de Qinghai. "O Dalai Lama é nosso deus e gostaríamos de vê-lo voltar a sua terra natal. Se o governo o autorizar a voltar ficaremos muito felizes. O Dalai Lama é nosso sol", explicou à AFP Lhamo Yongsuo, uma moradora de Jiegu.