O presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad propôs neste sábado a criação de um "organismo internacional independente" para "supervisionar o desarmamento nuclear e impedir a proliferação", ao inaugurar uma conferência em Teerã sobre este tema.
O presidente iraniano também propôs que "os Estados que possuem a arma nuclear, os que a tenham utilizado e os que ameaçam utilizá-la" sejam "suspensos da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em particular os Estados Unidos".
O Ocidente suspeita que o Irã tente possuir a arma atômica, o que faz com que a República Islâmica corra o risco de sofrer novas sanções.
"Um organismo internacional independente, com plenos poderes concedidos pela Assembleia Geral da ONU, deveria ser criado para planejar e supervisionar o desarmamento nuclear e impedir a proliferação", disse Ahmadinejad.
Segundo o presidente iraniano, uma revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) deve ser "efetuada pelos países independentes que não possuem armas nucleares. A presença de países que possuem a arma nuclear, em especial Estados Unidos, impede a elaboração de um tratado justo", afirmou.
Para Ahmadinejad, o direito de veto dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU é "antidemocrático, injusto e desumano". Esse direito "deveria ser anulado, ou, se alguns insistem em conservá-lo, deveria ser ampliado a alguns países de América Latina, Ásia, África e Europa para reduzir assim seus efeitos negativos".
O Irã nega que queira fabricar a arma atômica e indica que seu programa nuclear é puramente civil, e se recusa a suspender o enriquecimento de urânio.
Esta conferência, que não conta com a participação dos países ocidentais, debaterá durante dois dias o "desarmamento nuclear, a não proliferação e a utilização da tecnologia nuclear com fins pacíficos", segundo as autoridades iranianas.