Brasília - A reunião entre o ministro de Negócios Estrangeiros da Autoridade Nacional Palestina, Riad Al-Malk, com ministros do Ibas (Brasil, Índia e África do Sul) ocorrida nesta quinta-feira (15/4) em Brasilia, foi mais um passo relevante para ampliar os esforços pela paz no Oriente Médio. Não é possível esperar que ações concretas aconteçam imediatamente mas é importante que exista o interesse e o diálogo das nações envolvidas nos conflitos do Oriente Médio com os países do Ibas, como grupo, ou mesmo individualmente.
A avaliação é do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, durante entrevista nesta sexta-feira (16/4), no Itamaraty. Amorim disse que há uma certa percepção de que os países que estão sempre tentando negociar a paz no Oriente Médio esgotaram seus argumentos e que, agora, precisam do apoio de outras nações. "Hoje", disse, "o ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Ahmet Davuto%u011Flu, afirmou que os próprios países que estão lá já se cansaram, não têm mais ideias, não conseguem mais pensar. O que se vê na crise do Oriente Médio é que a cada visita que se faz à região a situação está pior".
[SAIBAMAIS]O ministro Ahmet Davuto%u011Flu, que também participou da entrevista, comentou a situação do Irã e disse que a preocupação da Turquia é que não ocorram ataques militares na região e muito menos exista uma corrida nuclear no Oriente Médio. O ministro criticou ainda a aplicação de sanções políticas e econômicas contra o Irã porque elas não funcionam.
O desejo da Turquia, disse, é exatamente o contrário. O país acredita que as relações econômicas entre os países da região podem favorecer a paz. Se houver sanções contra o Irã, afirmou o ministro, a Turquia também será atingida. Por isso, o governo turco quer sinais positivos que levem à paz.
O ministro Celso Amorim falou que se o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovar sanções contra o Irã, o Brasil cumprirá a determinação. Segundo o ministro, caso isso aconteça é improvável que haja algum prejuízo nas relações econômicas do Brasil com o Irã porque empresários são cautelosos e sabem onde os seus investimentos devem ser feitos.
Segundo o ministro, nada impede que o Bric também participe desse esforço em busca da paz no Oriente Médio, uma vez que trata-se de um grupo especial de países. "São três grandes democracias, três países etnicamente diversificados e, além disso, cada um deles está em continentes do mundo em desenvolvimento".