Jornal Correio Braziliense

Mundo

Ex-premier de Israel é principal suspeito em esquema de corrupção

O ex-premier israelense Ehud Olmert foi oficialmente reconhecido nesta quinta-feira (15/4) como o principal suspeito de um enorme escândalo de corrupção imobiliária em Jerusalém, depois de a Justiça ter cancelado a censura sobre a divulgação de seu nome, anunciaram veículos da imprensa local. Um tribunal de Jerusalém levantou a censura que pesava sobre o caso, permitindo, assim, que o nome do principal suspeito fosse divulgado. Antes, ele era descrito como "uma alta personalidade pública", mas as iniciais correspondiam as de Olmert. Ehud Olmert é acusado de ter recebido propina de 3,5 milhões de shekels (700 mil euros) quando era prefeito da Cidade Santa (1993-2003), informaram os veículos da imprensa, segundo os quais ele deverá ser interrogado em breve pela polícia. Olmert retornou do exterior antecipadamente na madrugada desta quinta-feira. A polícia rejeitou, por enquanto, comentar o caso. Na quarta-feira, um ex-vereador de Jerusalém, Uri Lupolianski, que tinha sucedido a Olmert em 2003 no comando do município, foi preso pela polícia por seu suposto envolvimento no caso de pagamento de propinas na construção de um gigantesco complexo imobiliário batizado de "Holyland". O ex-sócio de Olmert Uri Messer e funcionários da prefeitura de Jerusalém, além de diversos empresários, são suspeitos envolvimento no escândalo e também foram detidos na semana passada. Construído em um dos lugares mais populares de Jerusalém, o "Holyland" incluiria inicialmente somente três hotéis, mas posteriormente tornou-se um espetacular complexo imobiliário. Esse projeto impopular, denunciado pela imprensa como um "monstro estético que desfigura Jerusalém", beneficiou-se de muitas revogações na lei de ocupação do solo, o que tornou possível a construção de algumas residências além dos limites legais impostos normalmente. Olmert, 64 anos, enfrenta três escândalos de corrupção e vem comparecendo aos tribunais desde 21 de setembro de 2009.