As nuvens de cinzas procedentes de um vulcão em erupção na Islândia paralisaram nesta quinta-feira (15/4) o tráfego aéreo em vários países do norte da Europa, incluindo Grã-Bretanha, Dinamarca, Noruega e Suécia.
As gigantescas colunas de fumaça continuavam saindo nesta quinta-feira do vulcão da geleira Eyjafjallajokull, no sul da Islândia, e a erupção pode prosseguir por várias semanas, ou meses.
"Não é possível dizer quanto vai durar. É muito variável. Pode ir de vários dias a mais de um ano. Mas se considerarmos a intensidade desta, pode durar muito tempo", explicou à AFP o professor islandês de geofísica Magnus Tumi Gudmunsson.
Em consequência da dispersão das cinzas, o espaço aéreo britânico foi fechado a partir de meio-dia (8h de Brasília) até pelo menos as 18h (14h de Brasília), anunciou o Serviço Nacional do Tráfego Aéreo (NATS) do Reino Unido.
Nenhum voo será permitido no período no espaço aéreo britânico, com exceção de situações de emergência, segundo o NATS.
Todos os voos foram suspensos nos aeroportos de Londres, incluindo Heathrow, o principal do mundo para o tráfego internacional.
A Noruega também suspendeu todo o tráfego aéreo com origem ou destino a Oslo a partir das 10h locais (5h de Brasília). Todo o espaço aéreo norueguês está fechado.
Os voos no norte da Escócia também foram suspensos devido ao risco de má visibilidade provocado pelas cinzas.
Na Dinamarca, o espaço aéreo será fechado a partir das 16h GMT (13h de Brasília). Na Bélgica, o aeroporto de Bruxelas estava sob risco de ser fechado durante o dia.
O norte da Finlândia também foi afetado. O tráfego aéreo estava prejudicado, em menor medida, no aeroporto de Dublin, Irlanda.
Na Suécia, os voos foram suspensos na região norte e as autoridades estudavam o fechamento dos demais aeroportos, inclusive o de Estocolmo.
"Além do risco da falta de visibilidade, o perigo principal vem do fato de que as cinzas podem afetar os motores dos aviões", explicou o porta-voz do aeroporto, Bj;rn Stenberg.
Curiosamente protegido por ventos dominantes do oeste, o aeroporto de Reykjavik, a capital da Islândia, permanecia aberto, sem registrar atrasos.
A erupção de quarta-feira (14/4) provocou inundações consideráveis, em consequência do brutal derretimento das geleiras, e obrigou a evacuação de 800 pessoas.
Um vulcão na mesma região havia entrado em erupção no mês passado, o que criou um espetáculo grandioso de rios de lavas, mas desta vez o perigo é muito maior.
"Esta erupção é muito mais poderosa. Já dura mais de 24 horas e é uma erupção explosiva", destacou Magnus Gudmunsson.