O governo provisório do Quirguistão deu um ultimato nesta terça-feira ao presidente deposto Kurmambek Bakiyev, com a ameaça de detenção, enquanto este último voltou a desafiar as autoridades e discursou para milhares de partidários no sul do país.
Azimbek Beknazarov, ministro da Justiça no governo provisório, anunciou a suspensão da imunidade presidencial de Bakiyev, que chamou de ex-presidente, e o intimou a se entregar, já que em caso contrário uma operação especial será executada para efetuar a prisão.
"Uma investigação criminal foi iniciada contra Bakiyev e se ao fim das manifestações em Djalalabad ele não se entregar, os serviços especiais iniciarão uma operação para detê-lo", declarou o ex-procurador-geral.
Na manhã desta terça-feira, o chefe de Estado destituído reuniu 5.000 pessoas em seu reduto de Djalalabad. Ele reafirmou que não vai renunciar e defendeu seu governo. O novo governo acusa Bakiyev de autoritarismo, corrupção e de ter aumentado a miséria no país.
"Vejam como o Quirguistão é respeitado por Estados Unidos, Rússia e China", declarou Bakiyev. "Meu poder não vem de mim, e sim do povo", completou. "O governo provisório não é legítimo. Não reconheço nada do que diz", insistiu Bakiyev.
Nesta terça-feira, o governo provisório informou que o ministro do Interior de Bakiyev, Moldomussa Kongantiyev, está vivo mas ferido, depois que várias fontes chegarama a anunciar a morte do político.
Kongantiyev está hospitalizado em Bishkek e o estado de saúde não permite um interrogatório, de acordo com o governo provisório. Na semana passada, Kongantiyev e o vice-premier Akylbek Japarov foram agredidos por manifestantes na cidade de Talas, noroeste do país.