Teerã ; O vice-ministro de Comércio do Irã, Babak Afghahi, disse nesta segunda-feira (12/4) que seu país vai formalizar queixa na Organização das Nações Unidas (ONU) contra os Estados Unidos. Para os iranianos, o presidente norte-americano, Barack Obama, fez uma ameaça velada no discurso em que citou supostos riscos dos programas nucleares desenvolvidos pelo Irã e pela Coreia do Norte.
A reação do governo de Mahmoud Ahmadinejad foi revelada por Babak Afghahi durante encontro com o ministro brasileiro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge. De acordo com empresários e representantes do governo brasileiro, quem levantou o assunto foi o ministro iraniano.
O governo iraniano não foi chamado a participar da Conferência Mundial sobre Segurança Nuclear, que reúne 47 países, em Washington. O principal objetivo da cúpula é buscar mecanismos para definir meio de não proliferação nuclear.
Para o governo Obama, o Irã desenvolve um arriscado programa nuclear por supostamente esconder a produção de armamentos, e não com fins pacíficos. Ahmadinejah e seus assessores negam as acusações. Paralelamente, os Estados Unidos lideram campanha para definir sanções econômicas severas contra os iranianos, conforme eventual decisão do Conselho de Segurança da ONU.
[SAIBAMAIS]Na última sexta-feira (9/4) o governo iraniano anunciou a criação de uma geração de centrífugas mais eficientes e rápidas do que as que estão em funcionamento no país. Anteriormente, foi anunciado o enriquecimento de urânio a 20%. De acordo com o governo, o objetivo de todos os projetos contidos no programa é pacífico.
Uma comitiva de 86 empresários, liderada por Miguel Jorge, está no Irã no esforço de intensificar o comércio bilateral no país. Há encontros políticos e comerciais em Teerã. Em seguida, o grupo viaja para o Egito e o Líbano. O transporte da missão é feito por um Boeing 707 da Força Aérea Brasileira (FAB).