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Colômbia identifica 236 casos de menores recrutados por paramilitares

Bogotá - As autoridades colombianas identificaram 236 jovens que, sendo menores de idade, foram recrutados por esquadrões paramilitares de ultradireita, hoje desmobilizados, segundo o Ministério Público, denunciou neste domingo a imprensa local. Em um artigo intitulado "Começam a aparecer as crianças escondidas pelos 'paras'", o jornal El Tiempo informou que a Unidade de Justiça e Paz do Ministério Público já encontrou "236 desses menores", ainda que não informe onde estão nem o que ocorreu com elas. As autoridades buscam a identificação de todas para inseri-las em um programa governamentral que evite que quadrilhas emergentes e outros grupos armados ilegais as recrutem, aproveitando a experiência que adquiriram com a utilização de armas, quando eram paramilitares. "O que se busca é evitar que esses jovens, já quase todos maiores de idade, sejam vítimas de outras quadrilhas, que os rondam porque têm experiência na guerra. Localizá-los e protegê-los é uma prioridade", garantiu o Comissário presidencial de paz, Frank Pearl. Segundo o organismo, um grupo institucional formado por 50 funcionários busca em todo o país as pessoas que foram recrutadas no passado por grupos armados ilegais sendo menores de idade, e para isso se baseiam no testemunho dos paramilitares desmobilizados. Com a Lei de Justiça e Paz, que trouxe benefícios jurídicos aos desmobilizados em troca da confissão de seus crimes e reparação às vítimas, eles mencionaram um total de 1.437 casos de recrutamento ilícito de menores. As paramilitares Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC) estiveram ativas desde a metade dos anos 1980 até 2003. Entre esse ano e 2006, cerca de 32 mil combatentes destes esquadrões deixaram as armas em um processo incentivado pelo governo do presidente Alvaro Uribe. Grupos de direitos humanos alertaram sobre o surgimento nos últimos anos de novas quadrilhas lideradas por integrantes da AUC que não se desmobilizaram e denunciam que o recrutamento forçado de menores segue ocorrendo na Colômbia.