O responsável pelo escritório israelense do Centro Simon Wiesenthal, uma organização antinazista, criticou neste sábado (3/4) o paralelo feito pelo pregador do Vaticano entre os escândalos de pedofilia na Igreja Católica e o antissemitismo.
[SAIBAMAIS]"É uma comparação mal-intencionada e inadmissível", declarou Efraïm Zuroff. "Alguns (membros) da Igreja Católica tentam negar a legitimidade das denúncias nos casos de pedofilia citando o Holocausto, e isso é intolerável", completou.
Nenhuma resposta oficial pode ser obtida em Israel por conta do shabat e pela Páscoa judaica.
Em plena polêmica pelos abusos de pedofilia, a Igreja Católica viu-se, na véspera da Páscoa, em meio a críticas da comunidade judaica depois do sermão da Sexta-feira Santa pronunciado pelo padre Raniero Cantalamessa, pregador da casa pontifícia.
Diante do papa Bento XVI, que presidia a liturgia da Paixão de Cristo na Basílica de São Pedro, o padre Cantalamessa leu uma carta de "solidariedade" ao Papa e à Igreja, que disse ter recebido recentemente de um "amigo judeu".
"Sigo com repugnância o ataque violento focado contra a Igreja e o Papa", disse o autor da carta, citado pelo pregador da casa pontifícia. "A utilização desse estereótipo e a transformação de responsabilidades e faltas pessoas em faltas coletivas me lembram os aspectos mais vergonhosos do antissemitismo", afirmou.
O Vaticano admitiu posteriormente o caráter ambíguo e impertinente de tal analogia.