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Brasil não está em cima do muro, diz Marco Aurélio sobre Irã e Cuba

Brasília - O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, afirmou nesta quarta-feira (31/3) que o país ;não está em cima do muro; sobre um posicionamento mais forte em questões como o programa nuclear iraniano e a situação de presos políticos em Cuba.

;Não queremos ser seletivos. Precisamos saber como tratar isso, se fizermos uma declaração estrepitosa [escandalosa], vamos ser aplaudidos, mas não vamos obter nenhum resultado concreto, pelo contrário. Não nos omitimos mas temos que saber como dosar e como contribuir a longo prazo.;

Ao participar de entrevista a emissoras de rádio durante o programa Brasil em Pauta, Marco Aurélio explicou que a estratégia brasileira é de não intervir em assuntos internos de outros países e que isso é válido para Cuba, China e qualquer outra nação onde haja denúncias sobre violação de direitos humanos.

;Achamos que a melhor maneira de intervir positivamente não é soltando foguete. A tendência normal do país é reagir, se enclausurar e não dar atenção à isso;, afirmou, ao citar como exemplo o embargo econômico imposto pelos Estados Unidos a Cuba. ;Aquilo que os Estados Unidos queriam lograr com isso não conseguiram, pelo contrário, conseguiram simplesmente uma retração maior do governo cubano. Achamos que são muito mais úteis negociações discretas;, completou.

Sobre a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Irã em dezembro, Marco Aurélio afirmou que será cobrada a submissão iraniana às verificações da Agência Nacional de Energia Nuclear. Lula deve pedir ainda maior participação do país para a solução de conflitos no Oriente Médio.