O pai de um Marine americano morto no Iraque, em 2006, foi obrigado a pagar mais de 16.000 dólares de custas judiciais, num processo contra um pastor batista que realizou manifestação contra homossexuais nas Forças Armadas, durante os funerais de seu filho, anunciou o advogado da família do militar nesta terça-feira.
No dia da cerimônia pela alma do jovem militar morto em combate, aos 20 anos, em Maryland (leste dos Estados Unidos), em 2006, o pregador Fred Phelps e integrantes de sua igreja organizaram uma barulhenta reunião a poucos passos.
Levavam cartazes com os dizeres "Matt no inferno", "A América está condenada" ou "Os pederatas sempre fiéis", em referência à divisa dos Marines "sempre fiéis".
Morador do Kansas (centro), o reverendo Phelps tem o hábito de se manifestar contra os gays durante funerais de militares, com a justificativa de que suas mortes estão diretamente ligadas à aceitação e à autorização da homossexualidade pelos Estados Unidos.
O pai do jovem militar, Albert Snyder, entrou com uma queixa na justiça contra o pastor, saindo vitorioso em primeira instância. Mas a decisão foi cassada em setembro por uma Corte Federal, estimando que a ação do reverendo Phelps estava garantida pela primeira emenda da Constituição, sobre a liberdade de expressão.
A mais alta jurisdição dos Estados Unidos deverá ouvir as partes no mês de outubro. Mas enquanto espera, o pastor "pode exigir o dinheiro a qualquer momento", lamentou o advogado, precisando que Snyder já desembolsou outros 20.000 dólares para financiar o recurso à Corte Suprema.
"No momento, está pedindo doações num site" dedicado ao jovem Matthew Snyder, contou.