A defesa de Jerusalém Oriental contra a colonização israelense é o tema principal da cúpula da Liga Árabe, a primeira organizada pela Líbia e que foi inaugurada neste sábado (23/7) na presença do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
Em seu discurso inaugural, Ban Ki-moon pediu aos participantes do encontro que deem seu apoio a negociações indiretas entre Israel e os palestinos, mas o presidente da Autoridade palestina, Mahmud Abbas, em seguida reiterou não pode haver negociações desse tipo se antes não cessarem as atividades israelenses de colonização.
"Não podemos retomar indiretamente as negociações enquanto Israel mantiver sua política de colonização e o status quo", afirmou Abbas.
A cúpula deve adotar, a princípio, uma declaração exigindo o cessar dos novos projetos de colonização no setor oriental da Cidade Santa.
Pelo menos 12 chefes de Estado e dirigentes árabes participam na cúpula de Sirta, cidade natal do coronel Muammar Kadhafi, número um da Líbia, localizada a leste de Trípoli.
Entre os presentes figuram o palestino Mahmud Abbas, o rei Abddulah II da Jordânia, o emir do Kuwait, xeque Sabah Al Ahmad Al Sabah, e os presidentes da Argélia e Mauritânia, Abdelaziz Buteflika e Mohamed Uld Abdelaziz.
Também participam o presidente iemenita Alí Abddulah Saleh, o sudanês Omar El Beshir e o sírio Bashar Al Assad.
Os chefes de governo da Itália, Silvio Berlusconi, e Turquia, Recep Tayyip Erdogan, figuram igualmente entre os convidados.
Na sexta, os representantes dos países árabes já haviam declarado na véspera da abertura de sua cúpula anual, que Israel deveria voltar atrás na decisão de construir 1.600 casas em Jerusalém Oriental, antes mesmo do início de negociações indiretas com os palestinos.
"A posição árabe é muito clara: as negociações (com Israel) dependem do congelamento da colonização e, em particular, do cancelamento dessas construções", declarou o secretário-geral da Liga Árabe Amr Mussa a jornalistas ao final de uma reunião ministerial árabe.
Ban Ki-moon, que assistiu a uma parte da reunião, insistiu em pedir apoio aos árabes às negociações indiretas entre Israel e os palestinos propostas pelos Estados Unidos.
Na presença de Ban Ki-moon, o primeiro-ministro do Qatar, xeque Hamad Ben Jassim Ben Jabr al-Thani, criticou a comunidade internacional por "não impor sanções internacionais a Israel", estimando que o Estado hebreu gozava de uma espécie de "imunidade".
Os chanceleres árabes chegaram a um acordo, na quinta-feira, para a concessão de ajuda de 500 milhões de dólares aos palestinos de Jerusalém, durante preparatória da reunião de cúpula prevista para o final de semana na Líbia.
Os recursos estariam canalizados ao financiamento de trabalhos de infraestrutura e serviços, em Jerusalém, como a construção de hospitais e escolas.