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Tiroteio na Faixa de Gaza mata dois militares israelenses

Dois militares israelenses e ao menos dois combatentes palestinos morreram nesta sexta-feira em um tiroteio próximo à Faixa de Gaza, no momento em que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, consultava seu gabinete para responder às crescentes pressões de Washington contra a colonização.

"Um oficial e um soldado morreram e outros dois ficaram levemente feridos durante uma troca de tiros com terroristas que colocavam explosivos ao longo da barreira de segurança no sul da Faixa de Gaza", revelou um porta-voz do Exército hebreu, acrescentando que dois combatentes palestinos também morreram na ação.

O comandante da Região Militar Sul, general Yoav Galan, informou que outros dois palestinos morreram em outro incidente no mesmo setor.

As Brigadas Ezzedin al Qassam, braço armado do movimento islâmico radical Hamas, que controla a Faixa de Gaza, reivindicou o ataque em um comunicado.

Segundo a nota, dois militares israelenses morreram quando combatentes das Brigadas trocaram tiros "com uma unidade especial do Exército sionista que efetuava uma incursão no setor de Khan Yunis".

As Brigadas Al Qods, braço armado da Jihad Islâmica, outro movimento islâmico, também reivindicaram uma operação contra soldados israelenses.

A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, declarou estar "extremamente preocupada" com a violência em Gaza, e apelou a israelenses e palestinos que "suspendam por completo a violência".

O incidente ocorre no momento em que Netanyahu volta a descartar qualquer mudança na política sobre Jerusalém, ao reunir hoje seu gabinete de segurança para elaborar a resposta de Israel às crescentes pressões dos Estados Unidos em relação à colonização.

Netanyahu apresentou ao gabinete de segurança, que agrupa os sete principais ministros de seu governo, "uma série de temas abordados nos contatos que manteve nos Estados Unidos para relançar as discussões de paz com os palestinos".

Antes do encontro, o primeiro-ministro reiterou que não haverá "nenhuma mudança na política de Israel relativa a Jerusalém, que é a de todos os governos israelenses há 42 anos".

Netanyahu retornou na quinta-feira à noite a Israel, depois de uma visita tensa aos Estados Unidos que não permitiu chegar a uma solução para a crise com a administração Obama, deixando dúvidas sobre a retomada do diálogo entre Israel e Palestina.

As tensões sobre as colônias judaicas na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental (a parte árabe da cidade anexada por Israel) é atualmente o principal obstáculo da retomada do processo de paz no Oriente Médio.