O multimilionário chefe do governo italiano, Silvio Berlusconi, teme um aumento da abstenção nas eleições regionais de domingo e segunda-feira, que poderão castigar seu partido de centro-direita e reforçar a xenófoba Liga do Norte, um incômodo aliado de seu governo.
Mais de 40 milhões de italianos foram chamados às urnas em 13 das 20 regiões da Itália, o que representará um teste para a popularidade do midiático primeiro-ministro.
Berlusconi medirá seu nível de aceitação no país depois da vitória avassaladora nas eleições legislativas de dois anos atrás, marcadas por uma série de escândalos sexuais, corrupção e ilegalidades burocráticas.
[SAIBAMAIS]Como em todas as eleições das quais participa, o magnata das comunicações "as transforma em um plebicito a favor ou contra ele", explicou à AFP o cientista político francês Marc Lazar, especialista em Itália.
Com uma popularidade em queda, que passou de quase 60% para 44% em poucos meses, Berlusconi é de toda forma um dos políticos mais amados do velho continente.
Para mobilizar seu eleitorado, ele aparece em todos os canais de televisão, oferece entrevistas a emissoras, participa de manifestações por toda a península, tanto no norte como no sul.
O temor de uma alta abstenção preocupa mais a direita que a ala centro-esquerda, que está parada e sem ideias nem programas claros, apesar de, das 13 regiões em jogo, 11 serem governadas pelo setor de centro-esquerda.
Para que os militantes do partido fundado por Berlusconi, o Povo da Liberdade (PDL), não desertem o pleito, seu líder voltou a atacar seus eternos inimigos: os "juízes vermelhos" e os "comunistas", acusados de atrapalhar seu governo.
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