Um americano, que afirma ter sido vítima de um sacerdote acusado de abusar sexualmente de 200 crianças surdas, indicou nesta quinta-feira (25/3) que o agora Papa Bento XVI sabia dos últimos escândalos.
"O Papa sabia disso. Deveria ser responsabilizado", afirmou Arthur Buzinski em uma entrevista coletiva à imprensa em St Francis, no estado do Wisconsin (norte).
O jornal New York Times revelou que autoridades do Vaticano, incluindo o atual Papa, não agiram apesar de terem sido informadas de que o padre Lawrence Murphy abusava de crianças surdas.
Murphy reconheceu que abusou de cerca de 200 crianças surdas da escola St John;s para surdos no Wisconsin (norte) entre 1950 e 1974.
Budzinski, que frequentou a instituição, ressaltou à imprensa que Murphy entrava nos dormitórios das crianças à noite e os levava a um banheiro para abusar deles.
[SAIBAMAIS]Budzinski, hoje com 62 anos, informou ao arcebispo de Milwaukee, William Cousins, e a outras autoridades sobre os fatos em 1974, mas Cousins respondeu com gritos, o que fez com que saísse "da reunião chorando", contou.
O New York Times informou que nos anos 90 -anos depois de os fatos terem acontecido- o então cardeal de Milwaukee, Rembert Weakland, e outro bispo do Wisconsin escreveram "diretamente ao então cardeal Joseph Raztinger", hoje Bento XVI, que não respondeu à carta.
Murphy morreu em 1998 sem nunca ter sido afastado do sacerdócio.