O empresário Guillermo Zuloaga, presidente da Globovisión, um canal de televisão crítico ao governo de Hugo Chávez, foi detido nesta quinta-feira por forças da segurança venezuelanas, para impedir que deixasse o país, por ordem judicial.
Segundo a promotora Luisa Ortega, do Ministério Público, Zuloaga "se dispunha a abandonar o país, tentando fugir de uma ação penal".
"É mais um atropelo", disse Zuloaga por telefone a Globovisión, do aeroporto de Punto Fijo, no Estado Falcón (noroeste da Venezuela).
"Disseram-me que virá uma comissão que me levará de avião a Caracas", afirmou o empresário que tentava viajar para a ilha de Bonaire, nas Antilhas holandesas, junto com a família, de férias.
A Assembleia Nacional (Parlamento), dominada pelo governismo, havia rechaçado nos últimos dias declarações de Zuloaga durante a reunião da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) em Aruba (Antilhas Holandesas), e pediu à justiça uma investigação para determinar responsabilidades penais.
"Foram proferidas, durante o encontro da SIP falsas acusações ao governo do presidente Hugo Chávez" com a tentativa de "criminalizar e destruir a imagem" do Executivo.
"Para evitar que escapasse de um processo, foi solicitada a ordem de captura, que emanou do 40; juizado de controle. Fui inteirada nestes últimos minutos de sua detenção", declarou Luisa Ortega, em entrevista ao canal Venevisión.
Em 2009, o presidente de Globovisión havia sido acusado de crime de "usura" devido a um suposto amazenamento irregular de 24 veículos novos, pertencentes a duas concessionários de sua propriedade.
Ano passado, pagou ao fisco multa de 4,1 milhões de dólares por não ter declarado os ganhos com a divulgação de propaganda em defesa de uma greve promovida pela oposição, em 2002.
Além disso, a Globovisión, a que Chávez chamou "terrorista midiático", tem abertas várias causas administrativas e, nos últimos meses foi objeto de duras advertências da parte de membros do governo.
A Conatel, entidade reguladora das telecomunicações, abriu seis procedimentos administrativos contra o canal de televisão, ameaçado diretamente de fechamento, por membros do governo.