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Embaixadora dos Estados Unidos na ONU defende tratado que proíbe a produção de material bélico para armamentos nucleares

Brasília ; A embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU), Laura Kennedy, afirmou nesta terça-feira (23/3) que seu país é favorável ao tratado que proíbe a produção de material bélico para armamentos nucleares. Segundo ela, o apoio de vários países ao tratado seria a demonstração de que há interesse para o desarmamento. Os debates sobre o tema devem ser realizados no próximo mês, em Washington (Estados Unidos).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já confirmou presença na conferência sobre o assunto. Em 1988, na Constituição, o Brasil renunciou ao desenvolvimento de armas nucleares, em 1994 foi criada a Agência Brasileira-Argentina para a Contabilidade e Controle de Armas Nucleares (Abacc) e quatro anos depois, em 1998, assinou o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares.

A embaixadora norte-americana queixou-se de um pequeno grupo resistente à proposta do tratado proibindo a produção de material bélico para armamentos nucleares. Para Laura Kennedy, o apoio de um maior número de países ao tratado reduz o risco e o perigo de um ataque nuclear, além de evitar a ampliação dos arsenais nucleares.

A embaixadora disse ainda que vai atuar para promover a transparência e a estabilidade na produção de material bélico do seu país verificando com frequência sua produção. ;Para os países que possuem armas nucleares [o apoio ao tratado] seria uma demonstração concreta de seu compromisso de desarmamento [nuclear];, disse.

A embaixadora afirmou também que se esforçará na definição de medidas que visem impedir o acesso de terroristas a estes materiais.

O assunto também é tema de conversas nesta terça no Brasil. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, se reúne, no Rio de Janeiro, com o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Yukiya Amano.