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Produtores argentinos acusam governo de frear exportação de carne

Em torno de 850 toneladas de carne de vaca foram retidas em diversas alfândegas pelo governo da Argentina, que busca conter a forte alta do preço no mercado interno, denunciaram nesta quinta-feira (18/3) fontes ligadas aos pecuaristas. Oficialmente, o governo nega esta versão.

"Em torno de 850 toneladas de carne estão retidas nas fronteiras terrestres, portos e aeroportos", disse Gustavo Hardp, diretor da Confederação de Associações Rurais de Buenos Aires e Pampas (Cardap), à AFP.

A maior parte desses embarques eram destinados à Rússia, afirmou o produtor de gado.

O governo negou que tivesse decidido suspender os embarques do gado de corte também consumido no mercado interno. Mas várias organizações do setor disseram que a mercadoria está sendo mantida nas alfândegas, com exceção da chamada cota Hilton, cortes de alta qualidade destinados à Europa.

Diversas fontes oficiais consultadas não responderam ainda se as exportações de carne continuam retidas nas alfândegas.

Os diversos cortes de carne - principal produto de consumo da Argentina - tiveram alta de até 40% nos preços desde dezembro. Paralelamente, o consumo caiu quase 20% nesse período na Argentina, cujos habitantes estão entre os principais consumidores de carne do mundo.

O governo quer que os frigoríferos assinem um acordo de preços nos cortes populares para o mercado doméstico.

Outro diretor da Cardap, Alfredo Rodes, disse que as organizações patronais do setor estão avaliando ações de protesto pelo que considera "uma medida arbitrária que impede o desenvolvimento normal do comércio de carne".