Recentes declarações do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, em defesa da regulamentação da internet deixaram o país dividido. Enquanto os defensores do governo apoiam a ideia, os críticos do presidente temem que o objetivo final seja censurar o ciberespaço. "Se Chávez faz uma declaração assim, nos preocupa o fato de pensar que esse (a censura) seja um cenário possível", disse Carlos Correa, diretor da ONG Espaço Público.
[SAIBAMAIS]A campanha de Chávez começou no último sábado, quando o presidente criticou o site Noticiero Digital por divulgar %u201Cinformação falsa%u201D sobre o assassinato de um ministro, fato que qualificou de "delito", a despeito de o veículo ter argumentado que se tratava de um comentário dos leitores. "(A rede) Não pode ser algo livre onde se diz e se faz o que quer. Cada país tem que colocar suas regras", disse Chávez.
Dois dias depois, a procuradora geral Luisa Ortega declarou que a internet "não pode ser um território sem lei". Na terça-feira, o Parlamento, dominado pelo chavismo, aprovou a criação de uma comissão que investigará e aplicará sanções contra as páginas da web que "usarem a internet de forma indevida e antiética". Depois disso, algumas páginas já suprimiram as seções de comentários. Opositores do governo e especialistas em comunicações associam os últimos acontecimentos aos planos da estatal de telecomunicações Cantv de estabelecer um ponto único de acesso à internet.