Milhares de palestinos participaram nesta terça-feira na Faixa de Gaza no 'Dia de Fúria', convocado pelo movimento radical Hamas para protestar contra a inauguração de uma sinagoga em Jerusalém Oriental.
"Por nosso sangue, por nossa alma, nos sacrificamos por ti, Jerusalém", gritavam os manifestantes, em sua maioria estudantes, que exibiam bandeiras palestinas e faixas com imagens da Esplanada das Mesquitas, terceiro local sagrado do islã, situada na Cidade Antiga de Jerusalém. "Milhões de mártires, avante até Jerusalén", gritavam outros participantes.
Os protestos aconteceram em várias localidades e campos de refugiados do enclave palestino, como Jabaliya, Beit Lahiya, Khan Yunes e Rafah. Na cidade de Gaza, os manifestantes caminharam até o Parlamento palestino, bombardeado por Israel durante a guerra de Gaza do início de 2009.
Os protestos denunciam a inauguração da sinagoga de Hurva (ruína em hebraico), um dos lugares de culto dos judeus antes da criação do Estado de Israel em 1948, que foi completamente reconstruída, 62 anos depois de ter sido destruída pela Jordânia na primeira guerra árabe-israelense.
O Hamas, que governa a Faixa de Gaza, alega que a reconstrução da sinagoga é o primeiro passo para a construção do "terceiro templo" do judaísmo, antes da destruição da mesquita de Al-Aqsa na Esplanada das Mesquitas, que os judeus chamam de Monte do Templo e consideram o local mais sagrado de sua religião. Em Jerusalém Oriental, jovens palestinos enfrentaram nesta terça-feira a polícia israelense.