Atos de violência ligados ao tráfico de drogas deixaram mais de cem mortos no México, inclusive uma funcionária do consulado americano e o marido dela em Ciudad Juárez (norte), no fim de semana prolongado com o feriado celebrado nesta segunda-feira, segundo um balanço das autoridades policiais.
A violência afetou particularmente o estado de Guerrero (sul), onde atua o poderoso cartel ;A Família; e onde fica o balneário de Acapulco, com 45 homicídios, segundo a polícia estadual.
No sábado, em Ajuchitlán del Progreso, zona norte de Guerrero, um enfrentamento entre supostos pistoleiros do tráfico e militares deixou 11 mortos, sendo dez criminosos e um militar.
Outra vítima da onda de violência em Guerrero foi o jornalista Evaristo Solís, assassinado a tiros na sexta-feira em uma estrada que leva à cidade de Chilpancingo, capital do distrito.
Na comunidade de Navolato, no estado de Sinaloa (noroeste), o fim de semana começou com a chacina, na noite de sexta-feira, de oito pessoas que estavam e uma festa, invadida por homens armados de fuzis e que obrigaram os cerca de 30 presentes a deitarem no chão.
Enquanto isso, em Chihuahua, estado fronteiriço com os Estados Unidos (norte), foram registrados 36 assassinados, 20 deles em Ciudad Juárez, segundo a promotoria.
Esta cidade de 1,3 milhões de habitantes ficou em choque, no sábado, com a morte da funcionária americana Lesley A. Enriquez e do marido dela, Redelfs Arthur Haycock, bem como de um mexicano casado com outra funcionária consular, em dois ataques atribuídos a pistoleiros do narcotráfico.
Eles tiveram o carro em que estavam crivado de balas, numa rua da cidade, depois de terem participado de uma reunião social. No automóvel estava a filha deles, de um ano, que nada sofreu.
Lesley A. Enriquez era encarregada de servicios específicos para cidadãos americanos no México, explicou um funcionário do Departamento de Estado americano.
O policiamento foi reforçado no prédio do consulado americano naquela cidade, o maior do mundo e que, em fevereiro passado, já havia sido alvo de uma falsa ameaça de bomba.
Segundo a procuradoria de Chihuahua, agentes do FBI chegaram a Ciudad Juárez para investigar os assassinatos.
Autoridades mexicanas atribuem os assassinatos, os primeiros com estas características contra diplomatas americanos, a "Los Aztecas", um grupo armado vinculado ao cartel de Juárez, segundo autoridades estatais.
A cidade registrou, ano passado, a morte de mais de 2.600 pessoas, em circunstâncias violentas.