Dois atentados suicidas contra um comboio militar mataram 45 pessoas nesta sexta-feira (12/3) em Lahore, a grande cidade do leste do Paquistão, onde um ataque similar, reivindicado pelos talibãs aliados da Al-Qaeda, matou 15 pessoas há quatro dias.
Os homens-bomba, a pé, se aproximaram dos veículos do Exército em um bairro militar e detonaram os explosivos perto de um mercado lotado, no momento em que muitas pessoas seguiam para a grande oração muçulmana de sexta-feira.
"Encontramos as cabeças de dois homens-bomba. Houve um intervalo de 15 segundos entre as duas explosões. O alvo era um comboio de veículos militares", declarou o policial Chaudhry Mohamad Shafiq à imprensa.
"São 45 mortos e 134 feridos", afirmou o chefe de polícia da província de Punyab, Tariq Saleem Dogar, ao anunciar um balanço revisado.
De acordo com fontes diversas, entre as vítimas fatais estariam pelo menos cinco militares.
"A primeira explosão foi fraca, ouvimos disparos de armas automáticas em seguida e, logo depois, outra explosão, forte", contou Mohamad Bilal, que acabara de sentar à mesa de um restaurante do mercado.
Na segunda-feira, um terrorista a bordo de um carro-bomba destruiu um prédio da polícia de Lahore. O ataque deixou 15 mortos, incluindo oficiais e pedestres.
[SAIBAMAIS]O edifício era usado por uma unidade da polícia antiterrorista para interrogar suspeitos.
O ataque foi reivindicado pelo Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP), principal grupo dos insurgentes islâmicos, que em dezembro de 2007 se aliou à Al-Qaeda e proclamou a jihad (guerra santa) contra as autoridades paquistanesas, pelo apoio aos Estados Unidos na "guerra contra o terrorismo".
O TTP é o principal responsável pela onda de atentados que matou mais de 3 mil pessoas no Paquistão nos últimos dois anos e meio.
De acordo com o porta-voz do TTP, Azam Tariq, o atentado de segunda-feira foi uma represália aos ataques de aviões sem piloto americanos e às operações militares paquistanesas nas zonas tribais do noroeste do país.
Os militares executaram recentemente várias ofensivas contra as zonas tribais na fronteira com o Afeganistão, uma área montanhosa amplamente controlada pelos talibãs e considerada um santuário da Al-Qaeda, além de base de retaguarda dos talibãs afegãos.
Os aviões teleguiados da CIA e das Forças Armadas americanas disparam mísseis com frequência na região, com o objetivo de eliminar dirigentes talibãs e da Al-Qaeda de Osama bin Laden. Mas os ataques provocam muitas vezes vítimas entre os civis.