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EUA criticam crescente discriminação de muçulmanos na Europa

Os Estados Unidos criticaram em seu informe anual sobre direitos humanos, divulgado nesta quinta-feira (11/3), em Washington, a crescente discriminação de muçulmanos na Europa e o auge do antissemitismo no mundo, assim como as autoridades chinesas, pela repressão exercida contra seu povo, e o pobre desempenho do Irã nesse âmbito.

O documento também destaca o debilitamento das minorias no mundo, em 2009, assim como uma tendência generalizada em "controlar as vozes críticas", principalmente as dos jornalistas, através das novas tecnologias.

Estas limitações são, com frequencia, aplicadas de maneira "sutil, para evitar chamar a atenção dos defensores dos direitos humanos" e dos demais países, detalha. "As novas e as tradicionais formas de antissemitismo progrediram, chegando a seu apogeu durante o conflito em Gaza de 2008-2009", diz o relatório oficial, acrescentando que se manteve presente na sociedade europeia, na América Latina e outras regiões.

O Departamento de Estado define como novas formas de antissemitismo "a crítica exacerbada ao sionismo e à política israelense, com a consequente demonização de todos os judeus", traduzindo-se, muitas vezes, em atos de violência.

Alguns governos "alimentaram condutas antissemitas", em particular o Irã. No Egito, um programa transmitido pela televisão em horário nobre chegou a glorificar o Holocausto.

Segundo o texto, "a discriminação contra os muçulmanos na Europa vem sendo motivo de preocupação crescente", e menciona a emenda constitucional que proíbe a construção de minaretes na Suíça, aprovada em referendo no dia 29 de novembro passado, com 57,5% de votos. A questão foi motivo de indignação no mundo muçulmano.

O relatório condena, ainda, "o mal desempenho do governo (iraniano) em matéria de direitos humanos, que piorou durante o ano, particularmente depois das polêmicas eleições presidenciais de junho".

Segundo o documento do Departamento de Estado americano, a questão dos direitos humanos degradou-se em alguns locais da China, particularmente em Xinjiang, a região muçulmana do nordeste do país, que viveu ano passado confrontos étnicos de grandes proporções.

Pequim "intensificou uma repressão severa, nos planos cultural e religioso", às minorias étnicas de Xinjiang, palco, no verão de 2009 de violências entre os uigures - uma etnia muçulmana, de língua turca -, e os Hans, a corrente étnica majoritária na China.