A direita chilena chega nesta quinta-feira (11/3) ao poder, pela primeira vez desde a redemocratização, com a oportunidade - e o desafio - de comandar a reconstrução das regiões castigadas pelo terremoto do último dia 27. O empresário Sebastián Piñera assume a presidência na sede do Congresso, em Valparaíso, em cerimônia que foi adequada às circunstâncias da tragédia recente. A lista de convidados foi reduzida de 100 para 30 pessoas, e o Ministério das Relações Exteriores pediu aos chefes de Estado que limitassem suas comitivas. A missa na catedral de Santiago foi cancelada: a construção, do século 18, está interditada desde que os tremores abalaram sua estrutura.
[SAIBAMAIS]A presidenta Michelle Bachelet passará o cargo para Piñera às 12h, na presença de cinco líderes latino-americanos - o presidente Lula cancelou a participação, e dos reis da Espanha, Juan Carlos e Sofia. Em seguida, o presidente viajará com um grupo de ministros à cidade litorânea de Constituición, praticamente arrasada pela tragédia. Já na capital, Piñera vai oferecer um "almoço de trabalho" aos convidados, no qual está previsto que apresente projetos de reconstrução das localidades atingidas pelos terremotos e tsunamis.
"Não seremos o governo do terremoto, mas o governo da reconstrução", afirmou o presidente eleito. No último sábado à coligação de centro-esquerda Concertação, que governou o país desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet, em 1990, um pacto para enfrentar a tragédia com "sentido de unidade". Os líderes dos quatro partidos que integram a Concertação, entre eles o Partido Socialista, de Bachelet, aceitaram o apelo. Bachelet não conseguiu fazer o sucessor, mas deixa o Palácio de La Moneda com a aprovação de 84% dos chilenos.