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Candidatos colombianos começam a apresentar seus vice-presidentes

Os candidatos à sucessão de Alvaro Uribe na presidência da Colômbia começaram a designar seus vice-presidentes, que vão desde um experiente diplomata e um ex-líder sindical a uma mulher portadora de deficiência, na tentativa de angariar votos.

Nas últimas horas, o embaixador da Colômbia em Cuba, Julio Londoño, e o representante do país na Organização Internacional do Trabalho (OIT), Argelino Garzón, renunciaram a seus cargos para participar como candidatos à vice-presidência nas eleições de maio.

A eles se soma a nomeação, no Dia Internacional da Mulher, de Elsa Noguera como vice de Germán Vargas Lleras, uma funcionária regional de sucesso do norte do país e pertencente a uma família tradicional de políticos da região. Elsa é portadora de deficiência física, devido a uma doença nos ossos.

O candidato Juan Manuel Santos, ex-ministro de Defesa de Uribe e líder nas pesquisas, designou como vice-presidente Angelino Garzón, ex-governador do departamento do Valle do Cauca (sul), que começou a traçar o caminho da política em movimentos sindicais de esquerda.

Garzón, de 60 anos, foi secretário-geral do Partido Comunista nos anos 1970 e membro da Central Única dos Trabalhadores. Depois, foi ministro do Trabalho no governo de Andrés Pastrana (1998-2002).

Por sua história sindical, Uribe o nomeou representante na OIT, cargo que renunciou na terça-feira. Segundo o presidente, durante toda sua atuação "Garzón teve brilho e ajudou a Colômbia sair da lista negra da OIT" em matéria de violência cometida contra sindicalistas.

Entretanto, sua designação não foi bem recebida por organizações de esquerda.

O aspirante independente à presidência Sergio Fajardo designou para sua chapa o general reformado do Exército Julio Londoño, que foi chanceler no governo de Virgilio Barco (1986-90), quando enfrentou a mais dura crise diplomática com a Venezuela devido à presença de uma fragata colombiana nas águas do Golfo da Venezuela.

Durante a última década, Londoño foi embaixador em Cuba e coordenou a estratégia de seu país ante a exigência da Nicarágua, no Tribunal Internacional de Haia, da soberania do arquipélago de San Andrés (Caribe).

"A figura do vice-presidente serve para que os candidatos encontrem a pessoa que lhes permita conseguir mais votos. No caso de Santos, ele se apoia na figura de um sindicalista para contrastar com sua imagem de direita", explicou à AFP o analista Fernando Cano.

"O mesmo ocorre com Vargas Lleras que, sendo de Bogotá (centro), busca uma pessoa do litoral do Caribe, mulher e, além disso, portadora de deficiência, para captar votos, e com Fajardo, que busca contrastar sua falta de experiência com a habilidade governamental de Londoño, um dos grandes diplomatas do país", disse.

A Colômbia deve eleger um novo presidente para o período 2010-2014 em eleições em dois turnos. O primeiro ocorre no dia 30 de maio e o segundo, no dia 20 de junho.