Uma comissão do governo hondurenho de Porfirio Lobo definiu, nesta terça-feira, a linha de defesa sobre uma denúncia feita pelo ex-presidente Manuel Zelaya e alguns de seus colaboradores ante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), informou um funcionário.
O subprocurador (advogado do Estado) Ricardo Rodríguez informou que os membros de uma comissão integrada por representantes de várias instituições se reuniram nesta terça-feira para preparar a defesa ante as denúncias de Zelaya e seus colaboradores pelo golpe de Estado de 28 de junho de 2009.
As instituições "estão trazendo os informes e os documentos necessários e é o que vamos enviar à Comissão Interamericana de Direitos Humanos para que eles se deem conta de que efetivamente não há tais violações como alegam", acrescentou o funcionário ao fim da reunião.
Na comissão há representantes da Procuradoria, chancelaria, ministério público, Suprema Corte da Justiça e ministério da presidência, entre outras instituições.
[SAIBAMAIS]"Temos prazo até 26 de março para apresentar estas respostas que eles (a CIDH) estão pedindo", destacou, sem dar maiores detalhes aos argumentos que a defesa apresentará.
Rodríguez disse que entre os informes que serão apresentados estão documentos das empresas de telefonia, água e telecomunicações porque Zelaya argumenta que enquanto esteve refugiado na embaixada do Brasil por quatro meses, os serviços foram cortados e foram fechadas emissoras de rádio e de televisão contrárias ao regime de fato de Roberto Micheletti.
A denúncia feita junto à CIDH foi assinada pelos ex-ministros Enrique Flores Lanza, Patricia Rodas, Rixi Moncada e Rebeca Santos, pelo ex-presidente do Banco Central, Edwin Araque, e por Enrique Reina, ex-secretário particular de Zelaya.
Os denunciantes pedem à CIDH que "seja ditada sentença contra o Estado de Honduras para estabelecer as reparações cabíveis e o restabelecimento da democracia através da convocação e instalação de uma Assembleia Nacional Constituinte".
Se a CIDH avalizar a denúncia, o caso será levado à Corte Interamericana de Direitos Humanos, sediada em San José.