Jornal Correio Braziliense

Mundo

Doze policiais são julgados no Irã por morte de manifestantes na prisão

Os julgamentos de 12 policiais envolvidos na morte de pelo menos três manifestantes da oposição na prisão começaram a ser realizados nesta terça-feira (9/3), num tribunal militar de Teerã, informou a imprensa local.

As mortes, ocorridas após violências sofridas pelos presos na cadeia de Kahrizak, no sul de Teerã, obrigaram o guia supremo do país, aiatolá Ali Khamenei, a ordenar o fechamento da penitenciária, em julho de 2009.

Segundo um informe dos investigadores, Mohammad Kamrani, Mohsen Ruholamiin e Amir Javadifar morreram após a prisão, por terem participado das manifestações de protesto contra a reeleição do presidente Mahmud Ahmadinejad em 12 de julho de 2009.

Outro manifestante faleceu em circunstâncias parecidas, mas sua morte não foi confirmada oficialmente.

A repressão aos protestos pós-eleitorais pelas autoridades iranianas deixou dezenas de mortos e milhares de presos.

[SAIBAMAIS]A primeira audiência dos processos dos policiais "ocorreu com a presença das famílias das vítimas e de seus advogados", indicou a agência oficial IRNA, sem fornecer a identidade dos policiais.

Também não foi informado se o ex-fiscal de Teerã, Said Mortazavi, acusado por uma comissão parlamentar de enviar dezenas de manifestantes à prisão de Kahrizak, também esteja sendo julgado.

Mortazavi foi destituído de seu cargo no fim de agosto e nomeado procurador-geral adjunto.

"Julgar oficiais não deve ser interpretado como um questionamento ou uma falta de reconhecimento do difícil trabalho da polícia", afirmou o juiz Mohammed Mosaddegh.

O magistrado acrescentou que o conteúdo das audiências não deve ser conhecido, já que "a publicação de algumas informações do caso podem perturbar a ordem social".