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Islândia rejeita pagamento da dívida a Grã-Bretanha e a Holanda após quebra de banco

Reyjavik - Os islandeses rejeitaram em massa, durante o referendo de sábado, por 93,2%, o acordo destinado a reembolsar a Grã-Bretanha e a Holanda após a quebra do banco online Icesave, segundo resultados oficiais anunciados neste domingo. A aprovação do "Não", mais forte que a prevista nas pesquisas, foi imediatamente reconhecida pelo governo. O "Sim" recebeu, apenas, 2.699 votos, ou 1,8%, enquanto que o "Não" obteve 134.397 votos. A participação final chegou a 62,7% com 144.231 eleitores, segundo cifras oficiais citadas pela rádio-televisão pública RUV. A rejeição ao acordo financeiro pelos islandeses "não foi surpresa", declarou a primeira-ministra Johanna Sigurdardottir depois de um anúncio dos resultados parciais. Isso "não perturba o governo", continuou ela, durante pronunciamento, transmitido pela rádio e televisão públicas RUV, destacando que seu país se esforçava há semanas para chegar a um novo acordo com Londres e Haia para resolver a controvérsia relacionada à quebra do Icesave. O governo reconheceu imediatamente a vitória do "não" em comunicado. O texto, submetido à consulta popular, consistia em chegar a um acordo para o pagamento, até o ano de 2024, da dívida de 3,9 bilhões de euros (5,3 bilhões de dólares) contraída com a Grã-Bretanha e Holanda para indenizar os clientes britânicos e holandeses do banco islandês, que quebrou em outubro de 2008. O ministro britânico das Finanças, Alistair Darling, declarou-se neste domingo pronto a "ser flexível" nas negociações sobre um novo acordo relacionado à falência do Icesave. "Não podemos simplesmente ir a um pequeno país como a Islândia ... e dizer: Reembolsem-nos imediatamente. Tentamos ser razoáveis", declarou Darling no canal de televisão BBC One. "O ponto fundamental para nós é receber o dinheiro de volta... mas seremos flexíveis", acrescentou, lembrando que o pagamento precisará de "muitos, muitos anos". No total, 230.000 islandeses foram chamados no sábado para se pronunciarem sobre o acordo de pagamento, por Reykjavik, do dinheiro adiantado por Londres e Haia para indenizar seus cidadãos lesados com a quebra do Icesave, em outubro de 2008.