Passados quase dois meses do terremoto que atingiu o Haiti, o país ainda tem as mesmas prioridades iniciais: enfrentar a falta de abrigos de emergência, de saneamento e alimentação, além do baixo investimento agrícola na região. O alerta é do Escritório das Nações Unidas para Assistência Humanitária (Ocha). Pelo menos 222 mil pessoas morreram em decorrência do terremoto do dia 12 de janeiro que atingiu 7,7 graus na escala Richter e destruiu a maior parte do país.
De acordo com o Ocha, 1,3 milhão de haitianos ainda estão desabrigados. Cerca de 604 mil pessoas deixaram a capital, Porto Príncipe, em direção ao interior na tentativa de buscar alternativas de sobrevivência e por medo de novos tremores.
Para o Ocha, as necessidades mais urgentes são a instalação de abrigos de emergência e obras de saneamento básico, além da distribuição de alimentos. Segundo o órgão, a temporada de plantio no país começa este mês e a estação representa 60% da produção nacional de alimentos. Por enquanto, só houve 12% de financiamentos agrícolas.
Na tentativa de buscar saídas, foi organizada uma força-tarefa com o apoio de três agências da Organização das Nações Unidas (ONU) sob coordenação do governo do Haiti. O objetivo é apoiar o programa de segurança alimentar do país.
A destruição do Haiti e o elevado número de vítimas do terremoto provocaram uma reação internacional de apoio pela reconstrução da região e ajuda humanitária. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi uma das primeiras autoridades estrangeiras a visitar o país.
Lula se disse chocado com a destruição provocada pelo tremor. O governo brasileiro se comprometeu a cooperar com o Haiti com o envio de hospital de campanha, profissionais de saúde, materiais de primeira necessidade e apoio na implementação de vários programas sociais.