O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou hoje que os ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos e a destruição das torres gêmeas do World Trade Center integravam um complexo sistema de inteligência para justificar a invasão ao Afeganistão e a guerra contra o islamismo. A reação de Ahmadinejad ocorre no momento que é alvo de suspeitas de produção de armas nucleares. As informações são da agência oficial de notícias do Irã, a Irna.
Para os Estados Unidos e um grupo de países - a Inglaterra, França, Alemanha e Rússia - o governo de Ahmadinejad vai enriquecer o urânio a 20% para a produção de bombas nucleares. O iraniano nega as denúncias.
"Forças de inteligência do Irã têm desempenhado as ações mais transparentes do mundo", disse Ahmadinejad, que fez os comentários durante reunião com parte de sua equipe, entre os quais o ministro da Informação, Mohammad al-Mutawwa, funcionários graduados e oficiais de segurança pública.
Na reunião, Ahmadinejad acusou ainda os Estados Unidos e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de promoverem uma ação organizada para ampliar o pensamento neoliberal na comunidade internacional.
"A Revolução Islâmica desafiou as escolas do pensamento materialista, enquanto o marxismo desapareceu no mundo", disse o presidente iraniano, acrescentando que "o capitalismo está à beira do colapso".
Em maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá ao Irã. Antes, entre os dias 15 e 17, Lula visitará Israel e a Palestina. O apoio do governo brasileiro ao programa nuclear iraniano gera críticas internas e externas. No último dia 3, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, reiterou o apelo para que Lula reveja sua posição.
Porém, Lula e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, defendem a busca pelo diálogo e o não isolamento do Irã na comunidade internacional. Para o Brasil, o programa nuclear iraniano tem fins pacíficos.