Os chilenos continuarão sentindo réplicas do terremoto de 8,8 graus que sacudiu seu país há quase uma semana por meses e até anos, afirmam cientistas nesta sexta-feira (5/3), quando três fortes tremores foram sentidos.
"Quanto maior o terremoto, maiores, mais frequentes e mais duradouras serão as réplicas", disse John Bellini, geofísico do Instituto de Pesquisas Geológicas dos Estados Unidos (USGS), sediado em Colorado.
"Elas diminuirão em número, mas provavelmente serão sentidas por meses e até mesmo anos", disse ele à AFP.
[SAIBAMAIS]O Chile tem sido sacudido por mais de 200 réplicas desde o violento terremoto de sábado, que provocou uma tsunami que varreu a costa do país. Cerca de 800 pessoas morreram e prédios, estradas e pontes foram destruídos.
Muitas têm chegado a 6 graus na escala Richter, inclusive os três desta sexta-feira, poderosos o suficiente para levar prédios já danificados a cair.
No Haiti, onde um terremoto de 7 graus de magnitude reduziu grande parte da capital, Porto Príncipe, a ruínas, em janeiro, matando cerca de 200 mil pessoas, especialistas calculam que tenha havido "dúzias" de réplicas, enquanto no Chile estima-se que sejam centenas. "Isto ocorre porque o terremoto no Chile foi muito maior do que o do Haiti, liberando 500 vezes mais energia", explicou Jessica Sigala, geofísica do USGS.
"É muita energia liberada e a Terra está tentando voltar ao normal. Para isto, ainda está se movendo e as réplicas são isso", acrescentou.
Cientistas acreditam que réplicas ainda podem estar ocorrendo em decorrência do terremoto de 9,1 graus que sacudiu a costa da Indonésia em 2004, provocando uma tsunami mortal que matou cerca de 200 mil pessoas no sul da Ásia.
"Houve o (tremor) de 9,1 (graus) que aconteceu em dezembro de 2004 e então houve um (de) 8,6, ocorrido em março de 2005. Hoje, ocasionalmente veremos um terremoto naquela área que pode ser uma réplica daquele ocorrido em 2004", disse Sigala.