O governo afegão proibiu a imprensa de fazer a cobertura ao vivo dos ataques dos insurgentes por considerar que os talibãs podem utilizar as informações transmitidas pelos jornalistas em tempo real, declarou nesta terça-feira (2/3) uma fonte governamental à Agência France Presse.
[SAIBAMAIS]A proibição parece aplicável tanto para a imprensa local como para a internacional, embora não tenha sido especificado. "Este tipo de cobertura coloca em perigo, antes de tudo, a vida dos jornalistas e, além disso, o inimigo tira um enorme proveito", declarou Hakim Ashir, chefe do centro de imprensa do Governo, que confirma uma instrução dos serviços secretos afegãos (NDS). "Os jornalistas ajudam o inimigo com suas coberturas ao vivo", afirma Ashir.
"O NDS ressaltou que não se trata de uma proibição total da cobertura, já que os jornalistas poderão cobrir os atos violentos quando receberem a autorização do NDS", explicou Ashir.
Contatado, o NDS se limitou a indicar que os meios de comunicação serão "convidados em pequenos grupos" para serem informados a respeito destas regras.
Indicando que a Constituição afegã garante a liberdade de imprensa, a Associação de Jornalistas Independentes do Afeganistão (AIJA) condenou categoricamente esta decisão. "Isto é censura direta", declarou seu presidente, Rahimullah Samandar.