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Ex-presidente venezuelano Pérez critica pedido de extradição da Venezuela

CARACAS - O ex-presidente da Venezuela Carlos Andrés Pérez qualificou de "despropósito" o iminente pedido de extradição contra ele, e informou que tomará "ações pertinentes" contra o presidente Hugo Chávez por ter liderado um golpe de Estado contra seu governo em 1992.

Em um comunicado divulgado pela imprensa venezuelana nesta segunda-feira, Pérez se refere à petição que será formalizada à justiça venezuelana por seu suposto envolvimento na repressão de uma revolta popular de 1989 conhecida como "El Caracazo".

"A motivação de semelhante despropósito não foi informada à opinião pública, explicando apenas que teria ligação com os lamentáveis e dolorosos feitos ocorridos em Caracas no dia 27 de fevereiro de 1989", assinala o comunicado do ex-presidente.

No texto, o ex-presidente criticou o Ministério Público e a Defensoria do Povo, que promovem o pedido de extradição, indicando que "seguem sem tomar atitude no caso de tentativa de assassinato do ex-presidente Pérez e de sua família por militares, ocorrida no dia 4 de fevereiro de 1992, atuando por ordens do então tenente coronel Hugo Chávez Frías".

"Nos próximos dias o ex-presidente Pérez se propõe a tomar as iniciativas pertinentes contra os culpados por esses crimes, começando pelo principal perpetrador, o senhor Hugo Chávez", acrescenta o comunicado. Pérez atualmente se encontra em Porto Rico.

Na Venezuela, ele poderia ser acusado de "homicídio qualificado" pela repressão de "El Caracazo", que ocorreu pouco depois de assumir a presidência em resposta a um pacote de medidas econômicas, que incluía um aumento do transporte público e da gasolina.