O governo brasileiro se dispôs a enviar ajuda humanitária ao Chile, depois do terremoto de grandes proporções que abalou o país. A ordem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é disponibilizar equipes de resgate e alimentos, caso a presidenta Michele Bachelet faça a requisição. O Ministério das Relações Exteriores e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) coordenam a análise sobre o fornecimento do auxílio. O presidente foi informado do terremoto de magnitude 8,8 na escala Richter ao chegar da visita a El Salvador, por volta das 4h30 da manhã. Depois de um giro de cinco dias que passou também por México, Cuba e Haiti, Lula passa o fim de semana em sua residência em São Bernardo do Campo, São Paulo.
;O presidente Lula manifestou sua profunda preocupação com o impacto do terremoto. Ao tomar conhecimento da decretação do estado de catástrofe pela presidente Michelle Bachelet, instruiu o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República e o Ministério das Relações Exteriores a realizarem uma primeira avaliação da situação e das medidas de assistência que o Brasil poderá adotar. O governo brasileiro expressa sua disposição de prestar ao governo e ao povo chileno a assistência que se faça necessária;, informou em nota o Itamaraty. A Embaixada e o Consulado-Geral do Brasil em Santiago fornecerão apoio aos brasileiros no Chile. Às 16h30, uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) decolou de Brasília com autoridades chilenas a bordo rumo à nação atingida.
O presidente norte-americano, Barack Obama, lamentou as ;centenas de mortos; no tremor e disse que os Estados Unidos(1) ;estão prontos para ajudar; as autoridades chilenas nas operações de socorro e reconstrução. ;Fui informado hoje por minha equipe de Segurança Nacional das ações adotadas para proteger nossos cidadãos e para ajudar nossos amigos chilenos;. ;Os Estados Unidos estão prontos para ajudar nas operações de salvamento e de reconstrução, e vamos responder a qualquer pedido de auxílio do governo chileno;, garantiu Obama.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, manifestou suas ;condolências aos que perderam membros da família e amigos; na tragédia. O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, anunciou que a União Europeia mobilizará uma ajuda de 3 milhões de euros e disse estar ;profundamente consternado pelo alcance da devastação causada pelo terremoto no Chile;. O presidente espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, afirmou que seu país está a ;disposição para ajudar no que o Chile precisar a partir de agora;. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, fizeram ofertas similares.
A presidenta daArgentina, Cristina Kirchner, telefonou a Michelle Bachelet para manifestar seu pesar e oferecer ajuda. Venezuela, México, Equador, Colômbia, Peru, Bolívia, México, Paraguai e Uruguai também manifestaram deseja de ajudar. A Cruz Vermelha Britânica informou que disponibilizou 50 mil libras (R$ 137,5 mil) de seu Fundo de Desastres para a Cruz Vermelha chilena. A presidenta do Chile manifestou ontem que, pelo menos num primeiro momento, não seriam necessárias ajudas humanitárias.
1 - Visitas canceladas
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, cancelou a viagem ao Chile devido ao terremoto. ;O rei (da Espanha) Juan Carlos e (a secretária americana) Hillary Clinton suspenderam a visita ao Chile;, disse o embaixador chileno no Brasil, Álvaro Díaz ao Correio. Ela se encontraria com a presidenta chilena, Michele Bachelet, e com o presidente eleito, Sebastián Piñera, como parte do giro nesta semana por países sul-americanos, que inclui o Brasil. Juan Carlos participaria do V Congresso de Língua Espanhola, em Valparaíso, que começaria na terça-feira e foi cancelado.
A Embaixada do Brasil na capital chilena recebeu vários pedidos de ajuda de brasileiros. A maioria buscava meios para sair do país. A orientação da representação diplomática é que todos permaneçam na capital Santiago, considerada o local mais seguro do pequeno país litorâneo. A vice-cônsul, Ana Patrícia Cruz Franco, informou que estão sendo recolhidos todos os dados dos voo de saída dos brasileiros para, assim que possível, remarcá-los.
A dificuldade é o fechamento do Aeroporto de Santiago, ainda sem data para a reabertura. Com o terremoto durante a madrugada de ontem, a estrutura do terminal veio abaixo. ;Precisamos esperar o aeroporto reabrir para conseguir remarcar os voos;, disse a vice-cônsul por telefone ao Correio. Patrícia informou que a recomendação é paciência, já que as condições são desfavoráveis. A informação inicial é que o aeroporto será reaberto em três dias, mas dentro da embaixada há ceticismo quanto ao prazo.
Até ontem à tarde, cerca de 100 pedidos de ajuda foram recebidos, dos quais 47 médicos que participaram de um congresso na capital. Segundo a diplomata, esse número ainda não está fechado. A representação brasileira entrou em prontidão ao lado do consulado-geral para atender às necessidades dos turistas e manter contato com as autoridades chilenas sobre auxílio às vítimas.
São duas classes de brasileiros que procuram as representações diplomáticas: a primeira de quem quer sair do país com medo do terremoto e a segunda de quem está desabrigado porque teve seus hotéis ou alojamentos interditados por risco de desabamento. A situação é de desconforto. A embaixada informou que os mais necessitados foram encaminhados a novos alojamentos. ;Todo mundo chega apavorado aqui, mas estamos pedindo paciência e para todos ficarem em Santiago, porque hoje é o local mais seguro;, disse Ana Patrícia.
A Embaixada do Chile em Brasília também funciona de forma emergencial neste fim de semana para atender situações urgentes. Ontem, diversos chilenos ligaram para a representação em busca de informações sobre seus parentes. (TP)
Deu no;
THE NEW WORK TIMES
Testemunhas online
O terremoto de 8,8 pontos na escala Richter foi a manchete do site. A reportagem ressaltou que testemunhas fizeram relatos nas redes sociais Twitter e Facebook, afirmando que os efeitos foram sentidos do Japão à Argentina. A tragédia ocorreu no fim das férias de verão do Chile, com centenas de milhares de pessoas voltado para suas casas neste fim de semana, afirmou o jornal.
CLARIN.COM
Efeitos na Argentina
A notícia do terremoto também foi manchete da página eletrônica do jornal argentino. ;O tremor foi sentido fortemente em Mendoza e outras regiões de nosso país;, informou o texto. O periódico afirmou que o Centro Geológico dos Estados Unidos reportou que, depois do abalo de 90 segundos, ocorreram 11 réplicas, com magnitude média de 6 pontos.
LE MONDE
Risco de tsunamis
O jornal francês alertou em sua página na internet para o risco dos tsunamis no Pacífico, que deixou em alerta países da América Central, além da Polinésia Francesa, da Colômbia, da Antártica, do Havaí, das Filipinas, da Indonésia, da Rússia e do Japão. O periódico lembrou ainda que, na noite de sexta-feira, um terremoto de magnitude 7 foi registrado no Pacífico, próximo à costa japonesa, sem provocar vítimas.
LA TERCERA
Minuto a minuto
O jornal chileno fez uma linha do tempo, destacando os principais acontecimentos minuto a minuto. Depois do terremoto, as ruas de grande parte do país ficaram escuras devido ao corte de energia que alcançou praticamente toda a população. Porém, o jornal ressaltou que em poucas horas os serviços começaram a ser restabelecidos.
THEGUARDIAN
Estado de catástrofe
A manchete do site do periódico inglês ressaltou que um terremoto fatal agrediu o Chile no início da manhã. O jornal lembrou que a presidenta, Michelle Bachelet, declarou estado de catástrofe e afirmou que qualquer informação sobre o número de mortos seria atualizada imediatamente.
EL PAIS
Ajuda oferecida
O site do jornal espanhol retransmitiu ao longo do dia cenas da televisão chilena. O periódico informou que o presidente eleito, Sebastián Piñera, ofereceu à atual governante, Michelle Bachelet, ;toda ajuda e compromisso; dos membros de seu futuro gabinete para investigar os efeitos do terremoto.
EL TIEMPO
Prejuízos econômicos
O jornal colombiano destacou na rede mundial de computadores a preocupação do presidente eleito, Sebastián Piñera, com as perdas milionárias na infraestrutura do Chile, decorrentes do terremoto. O texto lembrou que em Viña del Mar houve cenas de pânico entre moradores e turistas que celebravam, nesta semana, um famoso festival de música popular.
Informações
O Ministério das Relações Exteriores brasileiro disponibilizou algumas linhas telefônicas para brasileiros que estão em busca de informações sobre seus parentes no Chile.
Os números são:
(61) 3411-8804 e 3411-8805 das 10h às 18h)
(61) 8197-2284 das 18h às 10h).