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Alerta de tsunami em muitos países do Pacífico, mas suspenso no Equador e Peru

QUITO - Japão, Austrália, Filipinas e Havaí mantinham na manhã deste sábado (27/2) o alerta de tsunami, após o terremoto de magnitude 8,8 que atingiu o Chile de madrugada matando pelo menos 122 pessoas, enquanto alguns países mais próximos ao epicentro, como Equador e Peru, suspenderam seus alertas.

Ondas de tsunami geradas pelo forte terremoto estão se movendo por todo o Oceano Pacífico, e devem chegar ao Japão, indicou um meteorologista. "Podemos estar olhando para um evento de um dia inteiro", alertou Eric Lau, do Serviço Americano de Meteorologia.

"Vai parar quando alcançar terra firme do outro lado do Pacífico, na Ásia. A onda se propagará por todo o corpo de água do Pacífico".

Em Tóquio, Yasuo Sekita, diretor do serviço meteorológico, pediu à população "que se mantenha alerta". Se o tsunami chegar mesmo à costa japonesa, o fenômeno poderia ocorrer por volta de meio dia de domingo (03H00 GMT). "Um tsunami pode causar danos ao longo da linha costeira de todas as ilhas do estado do Havaí", nos Estados Unidos, advertiu o Centro de Alertas de Tsunami do Pacífico em um comunicado, o último alertando sobre esta possibilidade. "Ações urgentes devem ser adotadas para proteger vidas e propriedades", indicou o centro, cuja base fica no Havaí.

O centro alertou que as primeiras ondas poderiam chegar ao Havaí às 11H19 no horário local (21H19 GMT), explicando que um tsunami consiste de uma longa série de ondas oceânicas, que atingem a costa com intervalos de entre cinco e 15 minutos.

O organismo destacou que o tamanho das ondas não pode ser previsto, e que a primeira onda a atingir a costa não necessariamente será a maior delas.

Antes do alerta concreto para o Havaí, o centro já havia emitido advertências pra todos os países costeiros do Oceano Pacífico. "As leituras do nível do mar indicam que um tsunami foi gerado", indicou o centro.

"Pode ser destrutivo ao longo da costa marítima perto do epicentro do sismo, e pode também ser uma ameaça para as costas mais distantes", acrescentou.

No Equador e no Peru, no entanto, as autoridades locais acreditam que o perigo já passou.

Hernán Tavera, diretor de Sismologia do Instituto Geofísico do Peru, disse à imprensa que "várias horas depois de ocorrido o terremoto do Chile, já passou o tempo no qual poderia ter ocorrido o tsunami". "Já passou a hora em que poderia chegar um tsunami, evidentemente devemos ficar tranquilos", insistiu.

Tavera explicou que, devido à intensidade do movimiento telúrico, "o tamanho das ondas aumentará, mas isso não representará um risco maior".

Neste sentido, a secretária de Gestão de Riscos (Defesa Civil) do Equador, María del Pilar Cornejo, indicou que "foi suspenso o alerta de tsunami para as ilhas Galápagos e a costa do Equador porque a onda já passou". "A amplificação (da onda) não foi tão grande como se esperava, e sim de um metro (de altura), mas por precaução foi preciso evacuar a população", informou Cornejo, depois que as autoridades ordenaram a evacuação preventiva das áreas habitadas de Galápagos, situada a 1.000 km de distância da costa equatoriana.

Nas Filipinas, as autoridades pediram à população da região leste que se prepare para uma possível evacuação, enquanto a Austrália já avisa sobre a possibilidade de que "ondas perigosas, fortes correntes oceânicas e inundações" ocorram na costa leste do país.

A Nova Zelândia alerta seus cidadãos para a chance de ondas de até três metros de altura. As primeiras podem alcançar as ilhas Chatham na manhã de domingo (18H05 GMT de sábado). O alerta neozelandês indica que as ondas mais altas são esperadas para entre seis e 12 horas depois das primeiras.

A Polinésia francesa, as ilhas Tuamotu, as Marquesas, Tonga e Samoa também mantêm seus alertas de tsunami.