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Cuba diz que prisões dos EUA são uma 'falta de vergonha'

O jornal oficial cubano Granma qualificou nesta sexta-feira (26/2) de "desvergüenza" - falta de vergonha de Washington, numa tradução literal -, as condições de vida nas prisões dos Estados Unidos, nas quais morrem 7.000 reclusos por ano, mas sem mencionar, até agora, a morte, na terça-feira de um preso político cubano.

O Granma, órgão do governante Partido Comunista (PCC, único), enumerou em 10 pontos, alguns com citações de fontes da imprensa americana, as falhas de um sistema carcerário "profundamente racista" contra os negros e os hispânicos, no qual "a cada ano morrem 7.000 pessoas" - muitas delas "são assassinadas ou se suicidam".

As "formas físicas e diretas de brutalidade e tortura contra presos são endêmicas nas prisões dos Estados Unidos", acrescentou o jornal, no extenso artigo intitulado, no original, "La desvergüenza del Gobierno de Estados Unidos".

Num fato sem precedentes, o presidente Raúl Castro disse quarta-feira "lamentar" a morte de Orlando Zapata, o preso político que faleceu durante greve de fome para protestar contra as condições carcerárias, afirmando que na ilha comunista não se praticam execuções extrajudiciais nem "torturas" como na base americana de Guantánamo.

Só o site oficialista Cubadebate.cu publicou a declaração do mandatrio cubano, mas as retirou logo, sem explicações.