O abade do convento beneditino de Ettal, sul da Alemanha, renunciou nesta quarta-feira (24/2), em meio a denúncias de abusos cometidos no passado em crianças do internado, anunciou o arcebispado de Munique. Há um mês, esse escândalo abala o país. O arcebispo da Igreja Católica alemã, Robert Zollitsch, pediu na segunda-feira perdão a todas as vítimas.
O padre Barnabas B;gle, abade de Ettal desde 2004, assume com sua renúncia a responsabilidade por ter-se omitido em informar às autoridades eclesiásticas as acusações, segundo o arcebispado. Oito ex-alunos do internado denunciaram recentemente terem sido vítimas de abusos sexuais no estabelecimento em 1954 e nos anos 1970 e 1980.
O escândalo estourou no prestigioso colégio jesuíta Canisius de Berlim, no final de janeiro, quando o reitor do instituto reconheceu que numerosos ex-alunos foram vítimas de abusos sexuais nos anos 1970 e 1980 com o envolvimento de, pelo menos, dois ex-professores jesuítas. Segundo uma investigação independente encomendada pelo colégio, 120 ex-alunos do estabelecimento, vítimas de abusos se manifestaram.
O caso se ampliou, depois, a outros colégios jesuítas na Alemanha, com o envolvimento de um terceiro professor e novos estabelecimentos em Hanover, Bonn e San Blasien, sul do país. Outras revelações em diferentes estabelecimentos católicos se somaram à lista de casos: um internado en Mindelheim (Baviera), outro em Grosskrotzenburg (perto de Frankfurt, oeste), lares de crianças em Augsburgo (sul), Berlim e em Oggelsbeuren (sul) assim como em um centro para portadores de deficiência em Essen (oeste).