A possibilidade de os países latino-americanos criarem um novo bloco regional "não é um problema" para os Estados Unidos, afirmou nesta segunda-feira (22/2) o encarregado da diplomacia de Washington para a região, Arturo Valenzuela.
O secretário de Estado adjunto para a América Latina descartou também que esse eventual novo bloco reunido na Cúpula do Grupo do Rio nesta segunda-feira no México, do qual especificamente os Estados Unidos estariam excluídos, suplante a Organização dos Estados Americanos (OEA). "Não é um problema para os Estados Unidos", disse Valenzuela, durante um evento na Universidade George Washington da capital norte-americana.
A possibilidade de formação desse novo bloco da América Latina e do Caribe será discutida na cúpula do Grupo do Rio, que está sendo realizada nesta segunda-feira no balneário mexicano de Cancún.
Presidentes como o venezuelano, Hugo Chávez, e o boliviano, Evo Morales, que mantêm ásperas relações com Washington, ressaltaram que o novo bloco servirá para que a região atue sem a ingerência do "imperialismo" dos Estados Unidos. Supor que os esquemas regionais latino-americanos são "prejudiciais" para os Estados Unidos é um erro, considerou.
"Não é necessariamente assim", assegurou Valenzuela. Pelo contrário, os blocos servem para "deixar de lado rivalidades históricas de países, encontrar maneiras para uma cooperação melhor e construir confiança". Apesar disso, advertiu que na região se observa uma "proliferação de esquemas que não são necessariamente tão substanciais como deveriam".