O rei espanhol Juan Carlos I e o presidente americano Barack Obama se reuniram pela primeira vez nesta quarta-feira (17/2), durante um almoço na Casa Branca, durante o qual conversaram sobre América Latina e Oriente Médio, informou o chanceler espanhol Miguel Angel Moratinos.
Obama "se interessou de forma muito particular pela América Latina, (para) conhecer um pouco do sentimento geral vivido em todo o subcontinente" do ponto de vista da experiência do monarca espanhol, informou Moratinos, que participou do encontro de quase uma hora e meia. Brasil, Cuba, Venezuela e México foram os países sobre os quais ambos os chefes de Estado repassaram suas respectivas relações diplomáticas, em um ambiente "extremamente cordial e muito caloroso", explicou o chanceler espanhol. O presidente Obama "reconheceu a capacidade de interlocução do rei" com a região e mostrou interesse em ações conjuntas, segundo Moratinos.
Sobre Cuba e Venezuela, dois países com os quais Washington mantém uma relação difícil, Obama e Juan Carlos conversaram um "certo tempo", acrescentou. Juan Carlos I, de 73 anos, também explicou a Obama seus pontos de vista sobre o Oriente Médio a partir de sua boa relação com os líderes da região, como o rei saudita Abdullah e o presidente sírio Bashar al-Asad. Os Estados Unidos, lembrou Obama, agradecem o esforço espanhol e europeu no Afeganistão, onde vários países da União Europeia (UE) decidiram aumentar suas tropas para acompanhar a ampliação do contingente americano.
Apesar de uma conversa "muito rápida, direta e amigável" entre ambos, Moratinos não confirmou nenhuma data de visita de Obama à Espanha. O rei reiterou que o presidente é bem-vindo quando quiser, mas "não há convite formal", disse o ministro. O governo espanhol sofreu uma decepção diplomática no início do mês, quando a Casa Branca anunciou que Obama não poderia participar de uma conferência entre Europa e Estados Unidos que seria organizada em maio, em Madri. A Espanha ocupa a presidência rotativa da UE até junho. A secretária de Estado Hillary Clinton, o assessor de Segurança Nacional de Obama, general James Jones, e o chefe da Casa Real espanhola, Alberto Aza, também estiveram presentes ao almoço.