O governo britânico indicou nesta quarta-feira que "acompanha de perto" a situação nas Ilhas Malvinas, pouco depois de Buenos Aires ter anunciado que tomará as "medidas adequadas" para impedir a exploração britânica de petróleo no arquipélago.
"Não temos dúvida alguma a respeito de nossa soberania sobre as Ilhas Falklands (nome dado pelos britânicos às Malvinas) e para nós é claro que o governo das Ilhas Falklands tem o direito de desenvolver uma indústria de hidrocarbonetos dentro de suas águas", afirmou o secretário de Estado das Relações Exteriores para a América Latina, Chris Bryant.
"Estamos acompanhando de perto a situação, mas não vamos reagir a cada acontecimento na Argentina", acrescentou Bryant, tentando minimizar mais uma vez esta nova escalada de tensão 28 anos depois de ambos os países terem se enfrentado em uma guerra de 74 dias que deixou centenas de mortos.
[SAIBAMAIS]O potencial de hidrocarbonetos da bacia das Malvinas, cuja economia era baseada até agora essencialmente na pesca e na criação de gado, é um dos pontos de maior atrito na disputa pela soberania, que a Argentina aborda atualmente pela via diplomática.
"Continuamos concentrados em apoiar o governo das Falklands a desenvolver atividades legítimas em seu território", acrescentou Bryant.
Poucas horas antes, o vice-chanceler argentino Victorio Taccetta acusou a Grã-Bretanha de pretender "explorar de forma unilateral e ilegítima recursos naturais que são da República Argentina", motivo pelo qual seu país "tem que tomar as medidas adequadas para defender seus interesses e seus direitos", embora tenha esclarecido que tudo deva ser feito de forma pacífica.
Uma das primeiras medidas foi o decreto assinado na terça-feira pela presidente argentina Cristina Kirchner, que exige permissão prévia às embarcações que se dirigem rumo às Malvinas e tornará mais difícil a exploração de petróleo nas ilhas.
O governo argentino, que acusa a Grã-Bretanha de descumprir as resoluções das Nações Unidas, enviará também o chanceler argentino Jorge Taiana à sede da ONU, onde será recebido na quarta-feira por seu secretário-geral, Ban Ki-moon.