Brasília ; A organização não governamental (ONG) Human Rights Watch cobrou hoje (17) do governo do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, providências efetivas de combate aos abusos contra os direitos humanos.
Também recomendou que o Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) acompanhe o processo político no país. A entidade sugere que o Irã investigue as denúncias de forma transparente e puna os responsáveis.
De acordo com a Human Rights Watch, o governo Ahmadinejad tem liberdade para aceitar ou recusar as recomendações. Mas a entidade sugeriu que o Conselho de Direitos Humanos da ONU examine de forma detalhada as denúncias sobre assassinatos, prisões e agressões a manifestantes e opositores ao governo.
Para a ONG, é fundamental investigar, processar e punir funcionários do governo envolvidos no assassinato ilegal, na prisão, detenção e no abuso praticado contra manifestantes, integrantes da oposição e defensores da sociedade civil
;O Conselho de Direitos Humanos deve insistir para que Teerã [capital do Irã] nos informe o que realmente aconteceu durante e após o choque [entre policiais e manifestantes];, disse a diretora de Oriente Médio da Human Rights Watch, Sarah Leah Whitson.
;Quantas pessoas foram mortas ou presas, quais são seus nomes e onde estão os prisioneiros?;, reagiu ela, referindo-se às manifestações ocorridas por ocasião das eleições no Irã, em junho do ano passado, e também ao episódio relativo à celebração da Revolução Islâmica, no dia 11 de fevereiro.
Segundo o documento da organização, denominado Relatório Periódico Universal, houve ataques de forma violenta e sistemática contra os manifestantes e membros da oposição. nos últimos oito meses. Também há registro de ausência de responsabilização pelos supostos abusos.
De acordo com o ONG, autoridades ligadas ao governo do Irã tentam intimidar os que ameaçam protestar contra Ahmadinejad . ;Desmentidos do governo mostram que, sem uma forte pressão internacional, em Teerã, abusos de direitos humanos vão continuar;, afirmou Sarah Whitson. As autoridades iranianas negam que tenham praticados abusos ou que tenha havido repressão aos direitos humanos.
O site da Human Rights Watch informa ainda que o Comitê para a Proteção dos Jornalistas prendeu 47 jornalistas desde junho de 2009. Segundo a entidade, o número é superior a qualquer outro registro. Pelo relatório da organização, as forças de segurança iranianas mantêm sob rígido controle os sites de notícias e as informações relativas ao país. As autoridades também aumentaram o bloqueio de contas de e-mail, e limitaram o acesso à internet.