O aquecimento das relações entre os Estados Unidos e a Síria concretizou-se com a nomeação de um novo embaixador americano, após cinco anos de ausência, e na realização de um encontro nesta quarta-feira (17/2) entre o presidente Bachar al-Assad e subsecretário de Estado americano, William Burns, de visita a Damasco.
O presidente Barack Obama nomeou na terça-feira (16/2) o diplomata de carreira Robert Ford embaixador dos Estados Unidos na Síria - "um sinal claro comprovando que Washington está preparado para melhorar a ligação com o país e cooperar para a instauração de uma paz justa e global entre árabes e israelenses", afirmou Burns à imprensa.
Se a escolha de Ford for aprovada pelo Senado, ele se tornará o primeiro embaixador americano em Damasco desde que Washington convocou seu predecessor após o assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafic Hariri, em fevereiro de 2005, e pelo qual a Síria havia sido apontada. A Casa Branca quer que "as negociações avancem em todas as frentes", e que a paz e a estabilidade estejam presentes na região, acrescentou Burns. "Transmiti o interesse permanente do presidente Obama no estabelecimento de melhores relações com a Síria, baseadas no respeito e no interesse mútuo", afirmou. "Damasco quer manter boas relações com os Estados Unidos que contribuam para a paz no Oriente Médio", escreveu, por sua vez, o jornal sírio al-Watan, ligado ao governo.
Uma vez mais, o presidente Assad destacou diante Burns "a importância de um papel americano no processo de paz" e "a necessidade de os Estados Unidos adotarem uma política que leve Israel a aceitar as exigências da paz", indicou a agência oficial Sana. Burns precisou que um dos membros da delegação americana, Dan Benjamin, responsável no Departamento de Estado da luta contra o terrorismo, ficaria mais um dia em Damasco para manter encontros.
Recentemente, o jornalista Seymour Hersh, do New Yorker, havia revelado que os serviços secretos sírios haviam retomado sua cooperação com a CIA americana. Desde janeiro de 2009, Barack Obama, ao contrário do predecessor George W. Bush, esforça-se para se aproximar da Síria, considerada um ator insubstituível no Oriente Médio. A Síria, por sua vez, quer se engajar nas conversações de paz com Israel para recuperar as colinas de Golan conquistadas em 1967 pelo Estado hebreu, e assinar um acordo de paz.