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Talibãs são acusados de utilizar escudos humanos

Os talibãs utilizam civis como escudos humanos para se protegerem e tornar mais lento o avanço das forças internacionais e afegãs em direção a Marjah, feudo talibã do sul do Afeganistão, acusou nesta quarta-feira (17/2) o exército afegão. Enquanto isto, em Washington, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prepara-se para reunir seu conselho de guerra para avaliar o impacto da primeira ofensiva maior das forças da Otan, desde o envio de reforços, como parte da nova estratégia americana contra a insurreição. Desde sábado, 15 mil soldados afegãos e estrangeiros estão mobilizados na operação Mushtarak ("Junsto" no idioma Dari), em pleno coração da província de Helmand, um bastião talibã. "A operação Mushtarak caminha bem. Os talibãs opõem resistência tática, são astutos", segundo nota do comando das forças internacionais. É considerável a presença de minas nas zonas, e as forças conjuntas (afegãs e internacionais) devem ser muito comedidas em seus movimentos para minimizar as perdas", acrescentou a Otan. Por sua vez, o Exército afegão acusou os talibãs de utilizar os civis como escudos humanos para se proteger e retardar o avanço dos soldados internacionais e afegãos. "Pegaram civis como reféns. Colocam mulheres e crianças nos telhados das casas e atiram", protegidos por civis, declarou o general Mohaidin Ghori, comandante das forças afegãs na operação Mushtarak. Está tática, combinada a bombas artesanais, "torna mais lento o avanço de nossas tropas", lamentou o general Ghori. Os talibãs chegaram a ser vistos atirando da janela de uma casa onde estavam civis, segundo relatório das operações das quais a AFP pôde obter uma cópia. Uma criança chorando também foi avistada da casa. "Nossos soldados viram três talibãs atirarem e depois correrem para dentro de casas. Como o nosso comando ordenou que não atirássemos em civis, deixamos que eles se fossem", contou o coronel Shireen Shah. Um porta-voz regular talibã, Yousuf Ahmadi, qualificou as acusações de mentiras. "Nunca usamos civis como escudos humanos. Estamos lá, prontos para o combate contra os invasores", declarou Ahmadi ouvido pela AFP a partir de um local não conhecido.