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Amorim é contra sanções ao Irã e diz que ainda há espaço para negociação

O chanceler brasileiro Celso Amorim condenou a possibilidade de que as Organizações das Nações Unidas (ONU) imponham novas sanções econômicas contra a República Islâmica do Irã, por causa do anúncio de enriquecimento de urânio feito pelo presidente Mahmoud Ahmadinejad.

;Não acreditamos que as sanções vão ter resultados;, disse o ministro das Relações Exteriores do Brasil. Na avaliação de Amorim, as sanções podem resultar em mais problemas, como já ocorreu com o Iraque.

;O outro caminho é o que conhecemos. Ele foi perseguido no caso do Iraque;. Segundo o ministro, o embargo ao Iraque dobrou a taxa de mortalidade infantil e criou graves problemas de abastecimento ao país, como falta de água potável.

Amorim quer que se mantenha o diálogo com o Irã: ;Por tudo que eu ouvi, ainda há campo para negociar com base na proposta que foi feita pelo ocidente;. O ministro chegou a oferecer a cooperação brasileira. ;O Brasil está disposto a ajudar nesse diálogo. Evidentemente tem que ter disposição de todas as partes;.

Mais tarde, em outra conversa com jornalistas, Amorim minimizou a possibilidade de atuação do Brasil. ;Ao contrário do que se diz, o Brasil não poderá impedir. OBrasil não tem poder de veto no Conselho de Segurança [da ONU]. Não é o Brasil que vai ter papel decisivo nisso. O Brasil pode ajudar com diálogo;.

Amorim cobrou que o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica,Yukia Amano, seja mais proativo nas negociações com o Irã. ;Se o presidente Ahmadinejad disse que eles estavam dispostos a entregar urânio antes e receber o combustível, acho que o diretor da agência atômica teria que ir lá e checar para ver onde está a dificuldade.