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OMS suspende distribuição de medicamentos para clínicas e ONGs

PORTO PRÍNCIPE - A Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu nesta terça-feira suspender a distribuição gratuita de medicamentos e material médico para clínicas privadas e ONGs no Haiti, após denúncias de que pacientes estariam sendo cobrados pelo tratamento, indicou uma porta-voz da entidade.

"Apenas hospitais públicos continuarão recebendo os medicamentos de graça", explicou Marie-Agnes Heine, porta-voz da OMS, à AFP. "Todos os outros terão que pagar".

Segundo Heine, a OMS está preocupada com informações indicando que pacientes estão sendo cobrados pelo tratamento médico prestado com material e remédios doados pela organização.

A decisão, que a princípio valerá por três meses para que haja uma revisão do sistema de distribuição, é na verdade um retorno à política tradicional da OMS, que havia aberto uma excessão para ajudar as vítimas do terremoto do dia 12 de janeiro, que devastou a capital haitiana.

Ao mudar as regras, a OMS caminha "para a próxima etapa, enquanto a resposta imediata (ao tremor) terminou e seguimos para uma ação mais sistemática, que ficará por lá durante muito mais tempo", afirmou Heine.

A porta-voz destacou que as novas regras permitirão à OMS acompanhar mais de perto seus estoques de medicamentos, e que a organização repudia instituições que usam o programa de distribuição de medicamentos em benefício próprio ao cobrar dos pacientes por remédios doados.

"Há denúncias sobre hospotais cobrando dos pacientes pelo tratamento", relatou. "Acho que precisamos evitar este tipo de mau uso dos materiais e medicamentos" enviados pela OMS ao Haiti.