A ameaça de um ataque com armas nucleares por parte do Irã é real para os Estados Unidos, mas a Al-Qaeda representa um perigo ainda maior, afirmou neste domingo (7/2) a secretária de Estado americana, Hillary Clinton.
"Em termos de um país, obviamente um país com armas nucleares como Coreia do Norte ou Irã, ambos representam uma ameaça real ou potencial", disse Hillary em uma entrevista ao canal CNN, antes de ressaltar que os iranianos ainda não dispõem de uma bomba atômica. "Mas acredito que a maioria de nós acreditamos que a principal ameaça são as redes transnacionais não estatales", completou, em referência a Al-Qaeda e suas células no Afeganistão, norte da África, Paquistão, Arábia Saudita e Iêmen.
Hillary expressou preocupação com o nível de "conectividade" da Al-Qaeda e afirmou que as redes de Osama bin Laden continuam "aumentando a sofisticação de sua capacidade" e o tipo de atentados planejados.
[SAIBAMAIS]A cidade americana de Detroit escapou por pouco de um atentado no dia de Natal, quando o nigeriano ligado à Al-Qaeda Umar Faruk Abdulmutallab fracassou na tentativa de detonar explosivos em um avião comercial.
"O maior pesadelo que nós temos é que alguma destas organizações terroristas, dentro deste sindicato do terrorismo, tenham em suas mãos uma arma de destruição em massa", disse.
A chefe da diplomacia americana concedeu a entrevista antes do presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, ordenar o início da produção de urânio altamente enriquecido, ampliando a disputa com o Ocidente a respeito de suas ambições nucleares.
O urânio enriquecido produz combustível para um reator nuclear, mas o processo também pode ser utilizado para desenvolver uma bomba atômica, o que o Irã nega estar buscando.