Vários ex-ministros do presidente venezuelano Hugo Chávez pediram sua renúncia considendo que, após 11 anos no cargo, Chávez "não tem legitimidade nem capacidade de governar", segundo um comunicado publicado nesta segunda-feira pela imprensa local.
[SAIBAMAIS]"Presidente Chávez, nós que fizemos da defesa da Constituição nossa luta (...) para evitar maiores males e desgraças ao país, como estão ocorrendo, exigimos formalmente sua renúncia", pede o documento, assinado pelo grupo Polo Constitucional.
Entre as assinaturas estão a do ex-ministro de Relações Exteriores, Luis Alfonso Dávila, do ex-ministro de Defesa, Raúl Isaías Baduel, de um dos principais redatores da Constituição, Herman Escarrá e dos ex-comandantes que acompanharam Chávez na tentativa de golpe de Estado em 1992, Yoel Acosta e Jesús Urdaneta, entre outros.
Segundo o texto, o presidente deve deixar o poder devido a "seu projeto absolutista e totalitário", "pela falta de prestação de contas", "pela linguagem imprópria" empregada que "despe sua alma intolerante, mesquinha, cheia de ódio e de ressentimento".
Os responsáveis pela carta dizem que a Venezuela vive com falta de água, energia elétrica, sofre com altos índices de insegurança e com uma "escandalosa corrupção", que "agregam elementos para a desqualificação de Chávez como governante".
O Polo Constitucional reivindica ainda o direito dos venezuelanos "à propriedade privada", à "educação plural" e ao "pluralismo político" e critica que o Exército e outras instituições estejam "distorcidas pela penetração de elementos estranhos", em uma clara alusão a Cuba.
Além disso, considera que o atual Executivo peca por uma "centralização irresponsável que coloca seus caprichos na frente das necessidades do Estado".
Nesses dias, Chávez insistiu em que as manifestações registradas na Venezuela contra ele pretendem desestabilizar seu governo e têm "o mesmo formato" que o golpe de Estado de abril de 2002, quando foi retirado do poder durante dois dias.
"Há grupos que estão chamando os militares ativos, incitando-os (à rebelião). Recomendo que não o façam porque juro que minha resposta será forte", advertiu Chávez.