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Todos os turistas foram retirados de Machu Picchu

Todos os turistas foram retirados do complexo arqueológico de Machu Picchu, onde se encontravam ilhados desde domingo depois dos desabamentos provocados pelas fortes chuvas que caem na região, anunciou o ministro peruano do Comércio Exterior e Turismo. [SAIBAMAIS]"Não há um único turista mais em Machu Picchu, nem na localidade de Aguas Calientes", assegurou o ministro, Martín Pérez, enfatizando que os membros das forças armadas e da polícia percorreram os hoteis e casa por casa para verificar se restava mais algum turista. "Hoje conseguimos evacuar 1.460 turistas. No total, durante quatro dias, regatamos 3.500 turistas em 276 voos", informou ainda. O governo iniciou na sexta-feira a evacuação dos últimos turistas dos mais de 3.500 que ficaram presos em Machu Picchu. O céu limpo em Cuzco permitiu finalizar o resgate dos últimos 800 turistas de várias nacionalidades que ainda esperam em Aguas Calientes, ao pé de Machu Picchu. Durante a manhã, cerca de 300 turistas foram retirados por 12 helicópteros - seis deles dos EUA - com destino a Ollantaytambo para depois pegarem um ônibus até Cuzco, disse o ministro do Turismo, Martin Pérez. Os turistas jovens que ainda estavam em Aguas Calientes se juntaram às tarefas de proteção do povoado carregando pedras para levantar muros de contenção e frear o transbordamento do rio Vilcanota e assim evitar inundações. Um turista brasileiro ainda ilhado na região disse para uma rede de televisão local que estão "ajudando solidariamente para proteger a população enquanto esperam o resgate". A ação feita por esses turistas se assemelha a uma brigada internacional, com ingleses, argentinos, mexicanos, chilenos, brasileiros, espanhóis e franceses, entre outros. Apesar do povoado de 8 mil habitantes sofrer com falta de hospedagem - fazendo com que a estação de trens se convertesse em dormitórios improvisados - muitos turistas querem ficar. "A ponte aérea será mantida até evacuarmos todos os turistas, ainda que alguns que não tenham muita vontade de sair; mas vamos retirar todos eles de forma obrigatória", falou o ministro Pérez. O governo também enviou uma tonelada de alimentos e US$ 400 mil a Aguas Calientes para evitar o desabastecimento e a falta de dinheiro dos caixas automáticos. Uma vez finalizada o resgate, crescia a preocupação sobre o impacto para a população pelos danos sofridos na via férrea para Machu Picchu, em uma região que vive principalmente do turismo. Estima-se uma demora de dois meses para reparar os danos causados na ferrovia pelos deslizamentos, que afetaram vários trechos. Mais de 90% dos turistas que chegam a Machu Picchu, uma cidadela do século XV em pedra, o fazem por meio de trem. Os outros 10% escolhem o Caminho Inca, uma milenar estrada que leva a uma peregrinação de quatro dias, quase sempre exclusiva dos turistas aventureiros. Fontes da companhia Peru Rail, de capital britânico, avaliam em US$ 60 mil dólares as perdas diárias pelo bloqueio da ferrovia. Todos os dias chegam a Machu Picchu cerca de 1.000 visitantes. O presidente peruano, Alan García, também reagiu com preocupação sobre a possibilidade de o trem de Machu Picchu ficar mais de dois meses fora de serviço e sugeriu uma ponte aérea para levar os turistas em helicópteros.