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EUA: governo considera alternativas fora de Nova Iorque para julgamento do 11 de setembro

WASHINGTON - O governo americano afirmou nesta sexta-feira (29/1) que estuda a possibilidade de organizar o julgamento dos acusados pelos atentados de 11 de setembro de 2001 fora de Nova York, cidade mais atingida pelos ataques, depois de críticas questionando a realização das audiências lá.

"Houve conversações dentro do governo para discutir opções de contingência caso o Congresso ou o legislativo local proibissem um julgamento em Manhattan", disse à AFP um alto funcionário da administração do presidente Barack Obama, que pediu o anonimato.

Na quinta-feira, a Casa Branca abriu a possibilidade de fazer o julgamento em outro lugar ao invés de Nova York.

O porta-voz da Casa Branca Bill Burton explicou que Obama "concorda com o secretário de Justiça sobre o fato de que (os acusados) poderiam ser julgados corretamente e em segurança nos Estados Unidos, como outros já foram".

No entanto, não mencionou Nova York e pediu que o Departamento de Justiça fosse cunsultado "para dúvidas específicas sobre o julgamento, os promotores e o local".

No dia 13 de novembro, o governo Obama anunciou sua intenção de levar à justiça nova-iorquina os cinco acusados de planejar os ataques que deixaram quase 3.000 mortos em Washington e Nova York em 11 de setembro de 2001.

Entretanto, autoridades nova-iorquinas - entre elas o prefeito, Michael Bloomberg - expressaram preocupação nos últimos dias em relação a este assunto, afirmando que um julgamento desta proporção a apenas algumas quadras de onde ficava o World Trade Center pode ser muito arriscado.

Na quarta-feira, Bloomberg disse que se o julgamento acontecer no sul da ilha de Manhattan, pulmão financeiro e comercial da cidade, certamente perturbaria "a circulação, o comércio e a vida cotidiana" do bairro.

"Podemos garantir a segurança dos nova-iorquinos? Sim. Poderíamos garantir a segurança se o julgamento acontecesse em outro lugar? Sim, e acredito que organizá-lo em uma base militar é provavelmente uma boa ideia", declarou o prefeito, que a princípio havia aceito organizar o julgamento em Nova York.