Jornal Correio Braziliense

Mundo

Acelerada retirada de mais de 1.000 turistas ilhados perto de Machu Picchu

As tarefas de retirada dos mais de 1.000 turistas que permanecem nas proximidades de Machu Picchu desde domingo, devido às fortes chuvas que inundam o sudeste do Peru, se aceleraram nesta quinta-feira graças a um clima melhor, o que permitirá finalizar a operação antes de sábado. Doze helicópteros, entre eles 6 americanos, se revezam para tentar retirar durante o dia 500 desses turistas de Aguas Calientes - aos pés da cidadela inca de Machu Picchu - até a vizinha Ollantaytambo, de onde se pode alcançar Cuzco, de automóvel. [SAIBAMAIS]Em Aguas Calientes estão mais de 2.000 turistas de diversas nacionalidades - dos quais mais de 1.000 já foram evacuados -, devido ao bloqueio da via férrea entre Machu Picchu e Cuzco causado pela enxurrada. "As pessoas estão dormindo em praças, ginásios, escolas, vagão de trem, barracas improvisadas; todos estão muito angustiados", disse de Aguas Calientes a australiana Julie Nemcich, 29 anos, à televisão de seu país. Representantes da União Europeia criaram uma célula de crise em Cuzco para fornecer ajuda humanitária - principalmente remédios e alimentos - aos europeus ilhados, informou em Paris a chancelaria francesa. A melhora do clima permitiu a uma ponte aérea improvisada evacuar 595 turistas em 36 voos nesta quarta-feira, o que, segundo o chanceler peruano José García Belaunde, permitirá que as tarefas de retirada possam ser finalizadas antes de sábado. A empresa ferroviária Peru Rail, de capital britânico, informou nesta quinta-feira que a via entre Cuzco e Machu Picchu (110 km) apresenta mais de cem trechos afetados. A companhia não precisou quando voltará a funcionar em toda a capacidade. As chuvas são as mais intensas dos últimos 15 anos e causaram, também, graves inundações na região de Cuzco, trazendo prejuízoa a mais de 13.000 moradores e deixando, pelo menos, 7 mortos.